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Comunidade LGBTI+ cobra representatividade, educação e empregos

Criado para conscientizar a população sobre a importância da luta contra a discriminação dos homossexuais, transexuais e transgêneros, o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia é celebrado hoje (16) em todo o mundo.

A data busca estimular a tolerância e o respeito ao próximo, independentemente de sua orientação sexual. Em boa parte do mundo, é comemorada desde 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do rol das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) e aboliu o uso do termo “homossexualismo”. No Brasil, no entanto, a data só foi incluída no calendário oficial quase 20 anos depois, em 2010.

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Apesar dos avanços, dados de organizações que atuam neste campo no país, como o Grupo Gay da Bahia, apontam recorde de mortes por homofobia no Brasil em 2017. Segundo levantamento da organização, uma pessoa é assassinada a cada 19 horas em função da sua orientação sexual ou identidade de gênero. Os dados mostram ainda que ao menos 8.027 pessoas foram mortas entre 1963 e 2018 por esta razão.

“Estamos lutando pela nossa existência e por nosso amor”, declarou a presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), Marina Reidel, durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15).

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Segundo Marina, a comunidade LGBTI+ vem, pouco a pouco, conquistando respeito e representatividade, mas ainda há muito o que fazer. “Precisamos continuar nesta luta, que não é só de hoje”, disse ao defender o Conselho. Criado em 2001, o órgão colegiado composto por representantes da sociedade civil e do governo federal é responsável por, entre outras coisas, formular e propor diretrizes de ação governamental voltadas ao combate à discriminação e promoção e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais.

No entanto, o decreto presidencial 9.759, de 11 de abril, pretende diminuir de 700 para menos de 50 o número de conselhos como o CNCD/LGBT. Para desburocratizar e economizar, o decreto deu prazo de 60 dias aos conselhos, comitês, comissões, grupos e qualquer outro colegiado da administração pública federal para justificarem sua existência. A medida ainda estabelece novas regras para o funcionamento dos órgãos de participação social paritária que sobrarem – havendo a possibilidade de recriação do CNCD/LGBT com outra configuração.

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Para o conselheiro Emerson Santos, coordenador-nacional da Articulação Brasileira de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, caso ocorra, a extinção do conselho nacional será um retrocesso. “Temos resistido bravamente neste conselho. Estamos passando por um momento de desmonte da política nacional LGBTI+. A extinção do conselho no dia 28 de junho já foi anunciada, mesmo o mandato dos conselheiros tendo validade até dezembro deste ano. Não aceitamos a recriação do conselho com menos de 15 representantes da sociedade civil”, declarou Santos.

Preconceito

Para ilustrar o que considera mudanças culturais positivas, o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis lembrou que, quando criança, sua orientação sexual era tratada como uma doença. “Quando eu tinha 14 anos, o padre falava que ou eu era pecador, ou doente, ou sem-vergonha. Que eu tinha que escolher uma das três coisas, porque as três, juntas, não era possível”, lembrou Reis. “Já recentemente, eu e meu marido recebemos uma carta muito bacana do Papa [Francisco], na qual ele desejava felicidades à nossa família”, contou Reis, que é casado com um inglês e se classifica como católico-apostólico-romano praticante. “O que também queremos ser é cidadãos. Queremos simplesmente ser respeitados”, disse o presidente da Aliança Nacional na audiência pública no Congresso. Segundo afirmou aos parlamentares, 73% dos jovens homossexuais, transexuais e transgêneros sofrem bullying e/ou preconceito nas escolas em que estudam; 36% deles são vítimas de agressões violentas e 60% se sentem inseguros no ambiente escolar.

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“É por isso que pedimos uma educação que respeite a diversidade. Não queremos transformar ninguém em gay, lésbica ou trans. O que queremos é que as pessoas sejam respeitadas”, reforçou, lembrando que, em média, uma pessoa é agredida a cada duas horas por motivos homofóbicos. “Temos que propor soluções para este problema”, ponderou Reis, chamando todos os segmentos da sociedade a discutir o tema.

Inclusão

A presidenta da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil, Tathiane Aquino de Araújo, também defendeu uma educação inclusiva e mais oportunidades de emprego especialmente a jovens transexuais. Segundo Tathiane, a falta de oportunidades muitas vezes leva transgêneros à prostituição. “Principalmente quando falamos de pessoas trans, estamos falando de homens e mulheres travestis e transsexuais a quem a sociedade não dá alternativa de sobrevivência que não as esquinas do país”, lamentou Tathiane.

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Segundo ela, antes mesmo da violência física que faz com que a expectativa de vida de uma pessoa trans esteja em 35 anos de “sobrevivência”, o grupo é vitimado pelo preconceito e pelo descaso social: “É uma morte social que, quando não mata fisicamente, leva nossa população a desfalecer [aos poucos]. As portas vão todas se fechando”, disse Tathiane, ao destacar a importância da escola e da compreensão familiar, principalmente durante a juventude.

“Nosso problema não é ‘sair do armário’. É algo muito mais forte. Quando meu pai, na minha infância, me obrigava a usar camisa de time de futebol e calção para ir ao estádio, eu o seguia forçada, para não apanhar. Quando atingimos a adolescência, que é uma fase crucial, isto costuma se manifestar de uma forma explosiva. Aí vem a incompreensão da sociedade, pois a escola não está preparada para nos receber e a família, muitas vezes, expulsa o jovem de casa”, concluiu.

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