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A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) confirmou nesta sexta-feira (21) que está monitorando a situação da usina nuclear Angra 2, após a detecção de um vazamento em dezembro do ano passado. Embora não haja risco iminente de liberação de radioatividade para o meio ambiente, o manual da usina prevê que o reparo seja realizado “o mais rápido possível”.
O vazamento ocorreu em um dos selos do núcleo do reator. A usina possui um sistema de segurança com dois selos e um dreno, projetados para evitar a propagação de radioatividade e um possível acidente nuclear grave, conhecido como LOCA (Perda de Líquido de Arrefecimento).
O manual da usina classifica o vazamento no primeiro selo como um acidente “relevante”, mas de reparo simples. No entanto, o reparo exige o desligamento da usina para a substituição do selo, um procedimento complexo e custoso.
Com o primeiro selo rompido, o líquido refrigerante circula em uma câmara específica, e um dreno impede problemas imediatos. No entanto, essa condição de “modo estepe” não pode ser prolongada, pois o dreno pode ficar sobrecarregado e outras peças do núcleo podem ser danificadas pela umidade. O manual da usina não especifica o tempo máximo de segurança nesse modo.
O selo reserva é considerado um item essencial de segurança nuclear, classificado como um “ponto único de vulnerabilidade”. A CNEN continua monitorando a situação e avaliando a necessidade de reparos urgentes para garantir a segurança da usina e da população.
Eis a íntegra da nota Comissão Nacional de Energia Nuclear:
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio da Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS), esclarece que acompanha de perto e em tempo real a situação operacional da Usina Nuclear de Angra 2, rebatendo qualquer alegação de sigilo ou falta de transparência.
O evento citado na reportagem do Portal R7 ocorreu em dezembro de 2024, prontamente identificado pelos inspetores residentes da CNEN, que atuam 24 horas por dia na usina. Desde então, a situação vem sendo monitorada continuamente por meio do Relatório de Atividades e Situação Operacional (RASO), emitido diariamente pelo Distrito de Angra dos Reis (DIANG).
Os dados coletados indicam que o vazamento interno no primeiro selo do vaso do reator se mantém estável e não compromete os critérios de segurança estabelecidos pelo projeto. Importante destacar que situação semelhante já foi registrada em 2010 e tratada dentro dos protocolos técnicos.
O vaso do reator conta com um sistema de dupla vedação, garantindo redundância e aumentando as barreiras de proteção. O segundo selo permanece íntegro e cumpre sua função de impedir qualquer liberação de água contaminada para fora do circuito primário. Esse tipo de ocorrência é previsto no projeto da usina e está sob controle.
Além disso, a DRS/CNEN realiza auditorias regulares para garantir que os estoques de peças sobressalentes estejam em conformidade com as necessidades operacionais, verificando eventuais reposições necessárias.
Usinas nucleares, como Angra 1 e Angra 2, são instalações de alta complexidade, onde pequenos vazamentos internos podem ocorrer sem comprometer a segurança. Essas situações são continuamente inspecionadas e gerenciadas dentro dos padrões internacionais mais rígidos.
A sociedade pode ter plena certeza de que o Brasil conta com um órgão regulador rigoroso e incansável em sua missão de zelar pela segurança nuclear, garantindo a proteção da população e do meio ambiente com transparência e responsabilidade.
