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Um levantamento recente encomendado pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) aponta que a remuneração final dos delegados de classe especial no estado é a segunda menor do Brasil, considerando dados atualizados até abril de 2025. Apesar da composição salarial incluir vencimento base, gratificações e adicionais, os valores ainda colocam os delegados paulistas em desvantagem significativa diante de outras unidades da federação.
No Estado de São Paulo, a carreira dos delegados é estruturada em quatro classes: Terceira, Segunda, Primeira e Especial. O salário inicial da Terceira Classe é de R$ 15.037,99, enquanto o da classe especial alcança R$ 18.093,57. Esses números posicionam São Paulo em 26º lugar no ranking nacional para a remuneração final da classe especial, ficando à frente apenas da Bahia, onde o salário é de R$ 13.026,03.
Em contrapartida, as maiores remunerações para delegados de classe especial são pagas nos estados do Mato Grosso do Sul (R$ 42.994,28), Mato Grosso (R$ 42.471,66) e Paraná (R$ 41.845,48). No caso dos salários iniciais, São Paulo ocupa a 23ª posição, superando estados como Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Bahia, mas ficando muito atrás de Mato Grosso, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, onde os valores ultrapassam R$ 27 mil.
O estudo também destaca a situação dos investigadores, cuja remuneração média nacional foi de R$ 11.704,41 em 2023. Em São Paulo, o valor ficou em R$ 9.830,92, a sétima pior remuneração do país, inferior inclusive à de estados como Acre e Minas Gerais.
Segundo André Santos Pereira, presidente da ADPESP, a desvalorização salarial dos delegados em São Paulo é preocupante e impacta diretamente a retenção de profissionais qualificados. “No último concurso, 353 delegados ingressaram na academia, mas apenas 310 saíram formados. Muitos pedem exoneração para buscar melhores condições em outras polícias e instituições”, afirmou.
Além da comparação nacional, o estudo chama atenção para o grande abismo salarial entre os delegados e outras carreiras jurídicas no estado. O subsídio inicial para promotores de Justiça substitutos e juízes substitutos ultrapassa R$ 34 mil, quase o dobro da remuneração máxima dos delegados civis paulistas.
O relatório sugere a adoção do regime de subsídio para os delegados, concentrando todas as verbas em um único pagamento, com valor fixado no teto remuneratório do Executivo estadual, atualmente em R$ 34.572,89.
Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que propôs um reajuste salarial que supera a inflação e destacou investimentos recentes na área de segurança, incluindo a contratação de mais de 3,4 mil policiais civis e aportes superiores a R$ 227 milhões em infraestrutura e equipamentos.
Ranking nacional expõe defasagem: delegados paulistas ganham menos que em 25 estados
