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Moradores da Favela do Moinho, no bairro de Campos Elíseos, região central de São Paulo, realizaram um novo protesto na manhã desta terça-feira (13) contra a demolição de casas e remoções determinadas pelo governo do Estado. O ato, que chegou ao segundo dia consecutivo, provocou a paralisação parcial do transporte ferroviário na capital após populares atearem fogo em entulhos sobre os trilhos da Linha 8-Diamante, entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda.
A Polícia Militar acompanhou a manifestação e foi atacada com pedras e outros objetos. Para dispersar os manifestantes, os policiais usaram bombas de efeito moral e, segundo relatos de moradores, também dispararam balas de borracha. Uma mulher de 64 anos precisou ser socorrida após inalar fumaça do incêndio iniciado por volta das 11h25. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter o fogo na linha férrea.
De acordo com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a paralisação dos trens durou cerca de uma hora e afetou também as Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, que operaram com restrições entre as estações Luz e Palmeiras-Barra Funda. A Secretaria da Segurança Pública informou que uma sala de gerenciamento foi criada para monitorar o protesto em tempo real.
A manifestação ocorre em resposta à política de remoção de famílias da Favela do Moinho. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), aproximadamente 800 famílias vivem atualmente em condições de risco no local, que fica próximo a trilhos de trem e cabos de alta tensão. O órgão afirma que o projeto visa realocar os moradores para moradias seguras.
Em nota, a CDHU informou que, desde o início das ações de desocupação, 752 famílias aderiram ao processo. Destas, 599 já foram habilitadas a receber unidades habitacionais. No entanto, parte dos moradores contesta a forma como as remoções têm ocorrido e denuncia a falta de diálogo e alternativas adequadas para quem ainda vive na comunidade.
