Um novo estudo chinês sugere que o Universo não seja tão antigo quanto pensávamos. Atualmente, estimasse que o Big Bang ocorreu há 13,8 bilhões de anos. O estudo foi publicado dia 22 de janeiro na revista Nature Astronomy.
A pesquisa liderada pelo astrônomo Guo Qi, dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, baseia sua conclusão no movimento de agrupamentos de galáxias.
O cálculo usado para determinar os 13,8 bilhões de anos se baseia na radiação residual do Big Bang e no Modelo Básico da Cosmologia, que descreve o universo como dominado por matéria e energia escuras em um processo de expansão cada vez mais acelerado.
As informações são usadas por super computadores para simular a formação de grandes estruturas, como galáxias ou grupamentos de galáxias.
Porém, a descoberta da equipe chinesa coloca em dúvida a precisão do Modelo Básico da Cosmologia.
Os chineses observaram que, em muitos grupamentos de galáxias, onde galáxias pequenas orbitam galáxias grandes, um número maior que o esperado das galáxias pequenas estavam orbitando em sentidos opostos quando comparadas às demais.
Esses movimentos desarmônicos indicam que elas chegaram no grupamento recentemente, de acordo com a observação feita pelo grupo de Guo Qi.
De acordo com os chineses, se o Universo tivesse, de fato, 13,8 bilhões de anos, a maioria dessas galáxias já teriam sincronizado suas respectivas órbitas com as órbitas prevalecentes de seus grupamentos.
A equipe de Guo Qi usou dados do levantamento Sloan Digital Sky Survey (SDSS) para estudar esses movimentos desarmônicos em 813 grupamentos de galáxias a 600 milhões de anos luz da Terra.
Os astrônomos chineses observaram, de acordo com o estudo, que o número de galáxias com órbitas opostas é maior que o previsto por simulações como a Millennium Simulation e a Illustris TNG300 model, ambas baseadas no Modelo Padrão.
A conclusão da pesquisa chinesa é que, se o Universo tivesse realmente 13,8 bilhões de anos, então o número de galáxias em movimento desarmônico deveria ser muito menor, pois elas já teriam tempo para se ajustar às órbitas de seus respectivos grupamentos.
A equipe não propõe uma nova idade para o universo, mas oferece evidências de que está na hora de revisar o Modelo Básico da Cosmologia.