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A NASA anunciou nesta quinta-feira (5) um novo atraso de um ano em sua missão de retorno à Lua devido a problemas técnicos, adiando para 2027 a chegada de astronautas à superfície lunar.
O anúncio representa um novo revés para o programa Artemis, a principal iniciativa da NASA, e ocorre poucas semanas antes da posse do presidente eleito, Donald Trump, que ainda não detalhou seus planos para essa missão.
Em coletiva de imprensa, o administrador da NASA, Bill Nelson, informou que a missão Artemis III, que tem como objetivo levar astronautas à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos, foi adiada de 2026 para meados de 2027. A missão Artemis II, que deve colocar uma nave tripulada em órbita lunar, também foi atrasada, de 2025 para abril de 2026.
“Não vamos voar até estarmos totalmente preparados, até que seja seguro para as pessoas a bordo. Precisamos fazer isso da maneira correta”, afirmou Nelson.
Novos atrasos do Artemis
O programa Artemis de exploração lunar foi projetado como um primeiro passo para a chegada humana a Marte e teve início em 2022 com o sobrevoo da Lua por uma missão não tripulada.
Embora a primeira missão tenha sido bem-sucedida, os engenheiros da NASA detectaram uma série de anomalias e problemas técnicos, incluindo danos inesperados no escudo térmico da cápsula Orión, o que provocou o atraso nas duas missões subsequentes para garantir a segurança dos astronautas.
Em janeiro passado, a NASA já havia anunciado o adiamento de um ano das missões lunares, com a Artemis II agora prevista para 2025 e a Artemis III para 2026.
Nelson detalhou que o novo plano contempla a utilização do mesmo escudo térmico da cápsula Orión, mas com modificações na trajetória de reentrada na atmosfera terrestre após o voo.
Concorrência com a China e investimentos
Apesar dos atrasos, o administrador da NASA garantiu que os Estados Unidos continuam liderando a corrida espacial contra a China, que tem planos de alcançar a Lua a partir de 2030. “É vital para nós aterrissarmos no polo sul da Lua, para não ceder partes desse polo para os chineses”, afirmou Nelson.
Estima-se que os Estados Unidos gastarão cerca de 93 bilhões de dólares no programa Artemis até 2025.
Mudanças na NASA e no governo dos EUA
O anúncio do atraso ocorre em um momento de transição no governo dos Estados Unidos, após a vitória de Trump nas eleições de 5 de novembro.
O presidente eleito, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou na quarta-feira (4) que nomeará Jared Isaacman, milionário e primeiro astronauta privado a realizar uma caminhada espacial, como chefe da NASA.
Isaacman, de 41 anos, é um colaborador próximo de Elon Musk, fundador da SpaceX, que também participará do governo republicano para ajudar a reduzir o orçamento das agências federais.
Nelson, que já conversou com Isaacman, afirmou que a NASA tem trabalhado “incansavelmente” para tornar o Artemis viável e previu que o novo governo receberá o plano de forma positiva.
O administrador também comentou que a boa relação entre Trump e Musk, cuja empresa está construindo o módulo de aterrissagem para a Artemis III, será benéfica para evitar cortes no orçamento da NASA. A agência conta com a SpaceX, Lockheed Martin, Boeing e outros contratantes no programa Artemis.
O voo dos astronautas da Artemis à Lua está planejado como uma transferência entre várias naves espaciais no espaço, inicialmente partindo da Terra a bordo da Orión e, depois, sendo transferidos para o sistema Starship da SpaceX, para ir e voltar da superfície lunar.
Durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, os Estados Unidos começaram a planejar o retorno à Lua, o que não ocorre desde a missão Apollo 17, em 1972. No entanto, não está claro se o republicano manterá esses esforços ou mudará o foco para uma nova prioridade: a chegada a Marte.
A SpaceX espera avanços rápidos no desenvolvimento da Starship durante o segundo mandato de Trump, e sua agenda espacial deve dar ao programa Artemis um maior foco no objetivo mais ambicioso de enviar pessoas a Marte, a principal aspiração espacial de Musk.