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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (24) que há uma instrumentalização das redes sociais para “corroer” a democracia. A declaração foi feita durante uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
“Há uma instrumentalização das redes sociais por grupos econômicos e ideologicamente fascistas, de extrema direita, para corroer a democracia por dentro. Esse é o grande desafio hoje de quem defende a democracia”, afirmou Moraes.
O ministro também criticou as big techs, destacando que essas empresas não são neutras no cenário político e econômico global. “As big techs não são enviadas de Deus, não são neutras, são grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, as soberanias nacionais, as legislações, para conseguir lucro”, disse.
Para Moraes, as grandes empresas de tecnologia tratam a democracia como um negócio. “Democracia é um negócio, dizem as big techs, porque tudo para elas é dinheiro, é negócio. Democracia é um negócio [para as big techs]. Assim como vendemos carros, vamos vender candidatos. Só que é um negócio que, dando certo, gera um lucro muito maior, porque aí nós vamos aprovar as leis, aí nós vamos mandar no país”, afirmou o magistrado.
O ministro também questionou o uso recorrente de certos conceitos por essas empresas. “Quais as palavras com maior número que as big techs citam? Liberdade, democracia. Sim, liberdade para eles poderem fazer o que bem querem, porque são os maiores grupos econômicos do mundo”, pontuou.
Ao abordar o papel das redes sociais na disseminação de informações, Moraes afirmou que esses ambientes reforçam extremos e dificultam debates produtivos. “Rede social é amor ou ódio. Não dá para ter discussão séria. Meio-termo não existe. E a notícia falsa ligada a discurso de ódio tem mais circulação que qualquer outro tipo de notícia”, destacou.
Durante a cerimônia, Moraes também comentou, em tom de brincadeira, a repercussão de sua saída do X (antigo Twitter), plataforma que desativou na última sexta-feira (21). “Não posso nem sair do X que me deduram”, disse o ministro. Segundo a assessoria de imprensa do STF, a decisão de deixar a rede social foi pessoal, já que ele não utilizava o perfil desde janeiro de 2024.
