A Petrobras atingiu um limite de endividamento de US$ 60 bilhões e, com isso, a empresa aciona uma nova política que, em suas palavras, “fará com que a empresa distribua muito mais dividendos.”
O anúncio aumentará a pressão sobre a petroleira, segundo Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura: “Se a Petrobras está lucrando tanto como diz, por que não usa esse capital para segurar os preços dos combustíveis?”.
O balanço financeiro da empresa deve ser publicado no dia 23 de fevereiro, e a avaliação de especialistas é que, pela alta do petróleo, os lucros serão bastante elevados.
Isso reforça a tese dos governadores de que a culpa do preço alto dos combustíveis seria da própria Petrobras, e não do ICMS.
Por ser uma empresa de capital aberto, porém, a Petrobras não pode direcionar o lucro destinado a investidores para fazer uma política pública. A Petrobras segue regras de mercado.
Mesmo que haja uma pressão política significativa, a única maneira de ela poder realizar políticas públicas — como utilizar os dividendos para cortar o preço dos combustíveis, por exemplo — é por meio da reestatização. Portanto, tirando a parcela destinada à União, ela não pode mexer no balanço.
O que a estatal pode fazer nesse sentido é usar a parte do lucro destinada à União, um de seus acionistas, para fazer uma política pública de acordo com as diretrizes que o governo achar que são mais válidas.