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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender os recentes aumentos de impostos promovidos pelo governo federal, com destaque para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em entrevista ao podcast Mano a Mano, divulgada na madrugada desta quinta-feira (19), Lula afirmou que não pretende recuar diante das pressões, mesmo com o avanço no Congresso de uma proposta que pode anular as novas alíquotas.
“O IOF do Haddad não tem nada de mais. O Haddad quer que as bets paguem imposto, as fintechs, os bancos, pagar um pouquinho só, para a gente fazer a compensação”, disse o presidente, referindo-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal [regra que limita despesas] a gente tem que cortar no Orçamento. Então, se eu tiver que cortar R$ 40 bilhões em obras, saúde e educação, o IOF é para fazer essa compensação.”
Durante a conversa com o rapper Mano Brown e a jornalista Semayat Oliveira, gravada no domingo (16), Lula reforçou o tom de enfrentamento: “Essa briga nós temos que fazer, não dá para a gente ceder toda hora. Essa briga temos que fazer”.
As declarações do presidente ocorrem em meio à ofensiva da Câmara dos Deputados contra os aumentos do IOF. Um dia após a gravação da entrevista, os parlamentares aprovaram o regime de urgência para votar o projeto que derruba os efeitos do decreto presidencial. Isso acelera a tramitação da proposta, que pode ser votada nas próximas semanas, caso o governo não apresente alternativas.
Mesmo parlamentares da base aliada têm criticado o pacote fiscal proposto por Haddad. Para que a derrubada do aumento do IOF se concretize, ainda será necessário votar o mérito do projeto.
Desde maio, as mudanças no IOF têm sido alvo de polêmicas e recuos. O governo publicou o primeiro decreto elevando a alíquota de diversas operações no dia 22 daquele mês. No mesmo dia, recuou em relação à tributação de remessas de fundos brasileiros ao exterior. Até agora, já foram editados três decretos diferentes sobre o tema.
A justificativa do Planalto é que o aumento do IOF serve para compensar a perda de arrecadação com outras medidas e evitar cortes em áreas essenciais, como saúde e educação. A proposta, no entanto, enfrenta resistência crescente no Congresso e pode comprometer a agenda fiscal do governo.
