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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência temporária do Mercosul durante a 66ª Cúpula do bloco, realizada em Buenos Aires, na Argentina. O cargo, que ficará com o Brasil até o fim do ano, foi transmitido pelo presidente argentino Javier Milei. Apesar de serem adversários políticos, os dois se cumprimentaram com um abraço após a cerimônia.
Durante seu discurso, Lula afirmou que a América do Sul tem potencial para liderar a transição energética global e destacou o papel da região na agenda ambiental. “Vamos propor a formulação de uma taxonomia sustentável no Mercosul, para atrair investimentos em prol de uma transição justa. A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo”, declarou.
O presidente também ressaltou os efeitos das mudanças climáticas no Cone Sul. “A região sofre com estiagens e enchentes que causam perdas humanas, destruição de infraestrutura e quebras de safra. A realidade está se movendo mais rápido que o Acordo de Paris, expondo a falácia do negacionismo climático”, afirmou.
Lula citou o programa Mercosul Verde como uma das frentes que o bloco deve fortalecer. “Por meio do programa Mercosul Verde, vamos fortalecer nossa agricultura sustentável. Nossa cooperação promoverá padrões comuns de sustentabilidade, mecanismos de rastreabilidade e inovações tecnológicas. Precisamos de ímpeto renovado para recuperar nossa capacidade industrial com responsabilidade ambiental”, disse.
O presidente mencionou ainda a meta brasileira de reduzir entre 59% e 67% as emissões de gases de efeito estufa até 2035, abrangendo todos os setores da economia. “Na COP30, em Belém, teremos a chance de mostrar ao mundo as soluções que vêm da América do Sul”, afirmou.
Lula destacou que os países da região já contam com matrizes energéticas mais limpas em comparação com outras partes do mundo e possuem reservas estratégicas de minerais críticos. “Contamos com algumas das maiores reservas de minerais críticos do mundo. Acabo de voltar da Cúpula do G7, na qual se discutiu o acesso a esses minerais como imperativo de segurança energética. A corrida por lítio, terras raras, grafita e cobre já começou”, disse.
Para o presidente, o Mercosul pode desempenhar um papel importante na articulação de políticas nacionais. “O Mercosul ampliado é nossa melhor plataforma para aproximar e coordenar políticas nacionais. É fundamental garantir que as etapas de beneficiamento ocorram em nossos territórios, com transferência de tecnologia e geração de emprego e renda”, concluiu.
