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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou qualquer irregularidade ou conflito de interesse envolvendo sua atuação na Corte e a relação entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual é sócio. Em entrevista ao portal UOL nesta quinta-feira (15), o magistrado reagiu às críticas do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que classificou como “gravíssimo” o suposto conflito entre a atuação de Gilmar no caso envolvendo Ednaldo Rodrigues e o contrato firmado entre a CBF e o IDP.
“Não vou responder a crítica nenhuma do [Eduardo] Girão, todos o conhecem, inclusive no Ceará”, disse o ministro. Ele explicou que o IDP firmou um contrato de natureza privada com a CBF para sediar cursos que antes eram realizados pela CBF Academy. “Eu sou sócio do IDP e, em dado momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os cursos que a CBF Academy fazia. Foi somente um contrato de direito privado dirigido pela direção do IDP. Não há conflito de interesse em relação a esta questão. O IDP é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior”, afirmou.
Gilmar reforçou que, ao aceitar a proposta, o instituto atuou com independência. “Neste caso, [o IDP] estava organizando e cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário”, declarou.
As críticas de Girão referem-se à decisão de Gilmar, em janeiro de 2024, que concedeu liminar devolvendo Ednaldo Rodrigues ao comando da CBF após ele ter sido afastado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em discurso no Senado, em abril, o parlamentar pediu investigação sobre a relação entre a liminar e a posterior parceria entre o IDP e a CBF. “O ministro concedeu uma liminar que anulou a decisão da Justiça do Rio e reconduziu Ednaldo à presidência. Pouco tempo depois, a CBF firmou uma generosa parceria com o IDP. Isso precisa ser investigado. É gravíssimo o conflito de interesses. O ministro deveria ter se declarado impedido”, declarou Girão.
Gilmar Mendes também esclareceu que o processo foi enviado de volta ao TJ-RJ devido à suspeita de falsificação de assinatura em um dos documentos que sustentavam a recondução de Ednaldo à presidência. “Aí surgiram imputações de que um dos signatários não estaria em condições de fazer a assinatura, que seria falsa, ou muito provavelmente falsa. Eu disse, então, que isto não era matéria da nossa competência e devolvi o tema ao tribunal do Rio de Janeiro”, explicou.
Reportagem da revista piauí também destacou o envolvimento do IDP com a CBF e apontou possíveis pressões sobre Gilmar Mendes após revelações sobre a gestão de Ednaldo. A publicação relatou pagamentos suspeitos a advogados e citou que o ministro teria recuado em algumas decisões diante da ameaça de instalação de CPIs no Congresso para investigar a confederação.
A revista ainda relaciona a primeira decisão que afastou Ednaldo, em 2023, ao desembargador Luiz Zveiter, do TJ-RJ, pai de Flávio Zveiter, um dos articuladores de uma eventual candidatura à presidência da CBF.
