Os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin falarão por telefone nesta quinta-feira (29) em meio à alta tensão na Ucrânia, estabelecendo o tom das negociações de segurança entre os EUA e a Rússia no mês que vem, anunciaram as duas nações.
Será o segundo telefonema em menos de um mês entre os dois líderes, com Biden no início de dezembro alertando Putin das “graves consequências” se a Rússia invadir a Ucrânia.
Biden, que está em sua casa em Delaware para o feriado de Ano Novo, falará com Putin na quinta-feira sobre “uma série de tópicos, incluindo os próximos compromissos diplomáticos com a Rússia”, disse Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
“O governo Biden continua a se envolver em ampla diplomacia com nossos aliados e parceiros europeus, consultando e coordenando uma abordagem comum em resposta ao aumento militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia”, disse ela em comunicado na quarta-feira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a ligação, dizendo que aconteceria na noite de quinta-feira, horário russo.
A Rússia reuniu dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia, de acordo com autoridades ocidentais que temem uma repetição de 2014, quando Moscou tomou a península da Crimeia e uma revolta pró-Rússia estourou no leste da Ucrânia que deixou mais de 13.000 mortos.
Em uma medida potencial para acalmar as tensões, altos funcionários dos EUA e da Rússia planejam se reunir em 10 de janeiro em Genebra.
A reunião acontece depois que a Rússia ofereceu propostas aos Estados Unidos que incluíam apelos para não expandir a OTAN para o leste ou estabelecer bases nas ex-repúblicas soviéticas.
Os Estados Unidos chamaram algumas das posições russas de não iniciantes, mas disseram que estão dispostos a conversar e também tratará de suas próprias preocupações.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou nas negociações adotaria uma “linha dura” com o objetivo de defender seus interesses e evitar “concessões”.
Tranquilizando a Ucrânia
Antes das negociações EUA-Rússia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou por telefone na quarta-feira com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O principal diplomata dos EUA “reiterou o apoio inabalável dos Estados Unidos à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia em face do aumento militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
“Os dois discutiram os esforços para resolver pacificamente o conflito no leste da Ucrânia e os próximos compromissos diplomáticos com a Rússia”, disse ele.
O governo Biden prometeu tomar todas as medidas em sincronia com seus aliados europeus. Após as conversações em Genebra, os delegados russos se reunirão com delegados da aliança da OTAN antes de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, um fórum importante da Guerra Fria que reúne Moscou e o Ocidente.
A Rússia já está sob sanções desde suas ações de 2014 na Ucrânia, em resposta à queda de um governo em Kiev que havia resistido aos apelos para se aproximar do Ocidente.
Biden não explicou quais novas medidas podem ser implementadas, mas relatórios dizem que os Estados Unidos podem agir para desconectar a Rússia do sistema SWIFT que conecta os bancos mundiais, um grande golpe para uma economia importante.
Com medo da Rússia, a Ucrânia e também a antiga república soviética Geórgia tentaram ingressar na Otan, embora os membros europeus tenham deixado claro que não estão entusiasmados com sua adesão.
