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Um túmulo coletivo com mais de 300 corpos foi descoberto em um cemitério em Oldham, na Grande Manchester. A maioria dos corpos pertenciam a bebês natimortos e crianças, enterrados em uma cova de 12×12 pés no Cemitério Royton.
A descoberta foi feita por uma mulher que procurava seus irmãos gêmeos, um natimorto e outro que faleceu poucas horas após o nascimento em 1962. Segundo a vereadora Maggie Hurley, a mulher foi orientada a se encontrar no túmulo com um zelador que carregava um grande livro dourado com os nomes dos falecidos.
Desde então, Hurley encontrou mais quatro túmulos coletivos contendo centenas de outras crianças, localizados em diferentes áreas do cemitério, incluindo seções católicas e protestantes. Isso levanta questões sobre quantos bebês não identificados estão enterrados em túmulos não marcados em todo o país.
A mulher que iniciou a busca foi informada que um de seus irmãos estava definitivamente no túmulo coletivo, mas “não estava sozinho”. Ela continua procurando o outro irmão. Na época, os responsáveis pelo enterro disseram que os bebês foram colocados “cabeça a cabeça” dentro da mesma caixa.
“Essa é a situação mais difícil que já enfrentei como vereadora. Passei por todas as emoções, desde raiva até devastação absoluta. Não consegui acreditar no que estava ouvindo”, relatou Hurley ao jornal britânico The Independent.
A situação ocorreu devido a uma falha no sistema que impediu que os registros fossem disponibilizados online. Hurley destacou que o que aconteceu com essas famílias é “angustiante”. “Ontem, acompanhei três irmãs que encontraram o irmão delas. Elas foram informadas pelos pais que ele havia sido enterrado com uma ‘boa senhora’. No entanto, ele estava em uma cova coletiva com 303 corpos”, revelou.
Segundo Hurley, as irmãs ficaram profundamente abaladas ao descobrir a verdade. “Elas vieram ontem para deixar flores e estavam completamente devastadas. Disseram que não conseguiam dormir ou processar o que aconteceu.”
Desde que o caso foi divulgado, várias famílias têm procurado a vereadora em busca de informações sobre seus entes queridos. Ela está pedindo a instalação de placas comemorativas para homenagear as crianças enterradas.
Uma investigação revelou que a cova coletiva contém 303 corpos, incluindo 146 bebês natimortos, 128 bebês e crianças pequenas, além de 29 adultos. Hurley informou que a mulher que encontrou o túmulo ficou em lágrimas ao descobrir a verdade, sentindo uma profunda sensação de perda e injustiça.
“Imagine o choque e a descrença quando essa residente descobriu que seus irmãos compartilhavam um túmulo com 303 corpos no Cemitério Royton”, declarou a vereadora, acrescentando que a mulher precisou de apoio emocional para lidar com o trauma.
Desde que a questão foi levantada, os registros do cemitério foram atualizados e todos os 303 nomes agora estão disponíveis online.
A líder do Conselho de Oldham, Arooj Shah, afirmou que o conselho está considerando a sugestão de colocar uma placa comemorativa com urgência. Ela também explicou que túmulos não marcados, incluindo de bebês e crianças, eram uma prática comum no passado em cemitérios por todo o país.
“Felizmente, as coisas mudaram ao longo dos anos. Hoje, o governo cobre os custos de funerais de bebês natimortos e de crianças até 18 anos, se necessário. Túmulos públicos não são mais utilizados.”
Shah também destacou que, atualmente, os cemitérios mantêm registros detalhados que podem ser acessados pelas famílias, permitindo que localizem os túmulos sempre que quiserem.
Segundo a ONG Sands, que apoia famílias que enfrentam a perda de bebês, antes da década de 1980, os pais de bebês natimortos ou que faleceram logo após o nascimento não eram consultados sobre os arranjos funerários. Muitos desses bebês foram enterrados em túmulos compartilhados com outros, sem que as famílias fossem informadas.