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Na sexta-feira (20), a Carolina do Sul, nos Estados Unidos, executou Freddie Eugene Owens, condenado pelo assassinato de uma funcionária de loja de conveniência. A execução, realizada por injeção letal no Instituto Correcional Broad River, em Columbia, marca o primeiro caso de pena de morte no estado em mais de uma década e o 14º no país este ano. Owens, de 46 anos, foi declarado morto 20 minutos após o início do procedimento, que ocorreu às 18h35 (horário local).
Owens foi condenado pelo assassinato de Irene Grainger Graves, uma mãe solteira de três filhos, descrita pelo seu filho como uma mulher trabalhadora e divertida. Em uma declaração à imprensa, o advogado de Owens, Gerald “Bo” King, disse: “Freddie Owens não matou a Sra. Graves. Sua morte hoje é uma tragédia. Ele passou sua infância em meio ao sofrimento e sua vida adulta na prisão por um crime que não cometeu. Os erros legais, acordos secretos e evidências falsas que tornaram isso possível deveriam envergonhar a todos nós.”
Recentemente, um dos co-réus de Owens no caso, Steven Golden, assinou uma declaração juramentada afirmando que Owens não estava presente na cena do crime e não disparou contra Graves, revertendo seu depoimento de décadas atrás. No entanto, essa nova evidência não convenceu a corte ou o governador republicano Henry McMaster, que negou um pedido de clemência pouco antes da execução. Do lado de fora da prisão, manifestantes o apelidaram de “Henry McMurder”.
Arte Graves, filho de Irene, que assistiu à execução, expressou seu alívio pelo fim do processo, mas considerou que a nova declaração chegou tarde demais. “Se fosse verdade, ele deveria ter falado antes. Isso é algo que essa pessoa terá que lidar com sua consciência”, afirmou.
Última Refeição e Últimas Palavras
Antes de sua execução, Owens teve como última refeição dois cheeseburgers, um bife ribeye bem passado, seis asas de frango, batatas fritas, dois refrigerantes de morango e uma fatia de torta de maçã. Ele não fez declarações finais, exceto um “tchau” para seu advogado.
O caso de Owens envolveu um assalto à loja onde Irene trabalhava. Ela foi baleada na cabeça após afirmar aos assaltantes que não conseguia abrir o cofre da loja. Durante o julgamento, Owens sempre alegou que estava em casa na hora do crime, uma versão que agora é apoiada pela nova declaração de Golden. Este admitiu que mentiu sob pressão da polícia, temendo pela própria vida e pela possibilidade de receber a pena de morte.
Apelo da Mãe de Owens
A mãe de Owens, Dora Mason, implorou às autoridades que reconsiderassem a execução, citando a nova evidência como uma “grave injustiça”. “Freddie é mais do que sua condenação; ele é um ser humano, um filho, um irmão e um amigo. Ele merece compaixão e uma chance justa de justiça”, disse em uma declaração.
Após a execução, Arte Graves afirmou estar aliviado e pronto para seguir em frente. Ele descreveu sua mãe como uma mulher cheia de vida que proporcionou memórias felizes à sua infância.
A execução de Owens é a primeira de cinco programadas nos Estados Unidos em um período de apenas seis dias. O próximo a ser executado será Travis James Mullis, no Texas, seguido por outros casos em Missouri e Alabama. Se todas as execuções forem realizadas, o número de prisioneiros executados nos EUA este ano poderá chegar a 18, com mais seis já agendadas.