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O dissidente venezuelano Pedro Urruchurtu Noselli denunciou que, na tarde deste sábado (23), pouco antes das 19h (horário local), agentes encapuzados da Direção de Ações Estratégicas e Táticas da Polícia Nacional Bolivariana (DAET) e do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) cercaram a Embaixada da Argentina em Caracas, armados com fuzis e bloqueando os acessos ao local.
URGENTE!!! 23 de noviembre 06:50PM / Funcionarios encapuchados de la DAET con armas largas asedian nuevamente la residencia de la Embajada Argentina en Caracas, protegida por Brasil. Rodean la sede diplomática y bloquean los accesos en la calle. pic.twitter.com/LgqATH3SHF
— Pedro Urruchurtu Noselli (@Urruchurtu) November 23, 2024
A ação foi interpretada como mais uma tentativa de intimidação contra seis opositores que estão abrigados na sede diplomática sob asilo político. Esses dissidentes enfrentam perseguição do regime de Nicolás Maduro e aguardam a concessão de um salvo-conduto que lhes permita deixar o país em segurança.
Oposição reage e denuncia perseguição
O movimento Comando com Venezuela, que reúne opositores ao regime, rapidamente alertou a comunidade internacional sobre o ocorrido. Em suas redes sociais, publicou um vídeo que mostra uma viatura policial estacionada em frente à embaixada e pediu o fim das ações de repressão. “Chega de perseguição!”, declarou o grupo.
Essa não é a primeira vez que situações semelhantes ocorrem. Em setembro, um episódio de tensão envolveu patrulhas policiais, agentes armados e encapuzados, que sitiaram a embaixada durante toda a noite. Na ocasião, os opositores denunciaram cortes de energia elétrica e bloqueios aos acessos da sede diplomática.
Ruptura diplomática e escalada de tensão
No mesmo mês, o governo de Maduro revogou unilateralmente a autorização que permitia ao Brasil custodiar a embaixada argentina, após rompimento de relações entre Buenos Aires e Caracas. A Chancelaria venezuelana acusou os asilados de usarem o local para “planejamento de atividades terroristas e tentativas de magnicídio” contra Maduro e a vice-presidente Delcy Rodríguez.
Em resposta, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou a decisão venezuelana e reafirmou seu compromisso com a proteção da embaixada. Em nota, o Itamaraty afirmou que, conforme as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas, o Brasil continuará responsável pela custódia da missão até que a Argentina designe outro país aceito pelo governo venezuelano para exercer essa função.
Quem são os asilados?
Entre os opositores abrigados na embaixada estão:
- Pedro Urruchurtu Noselli, dissidente e ativista político;
- Magalli Meda, chefe de campanha de María Corina Machado nas últimas eleições;
- Omar González, ex-deputado e membro do partido Voluntad Popular (VP);
- Claudia Macero, coordenadora de comunicação do VP;
- Humberto Villalobos, coordenador eleitoral do Comando de Campanha do VP;
- Fernando Martínez Mottola, ex-ministro e assessor da Plataforma Unitaria Democrática (PUD).
Todos são acusados pelo regime de crimes como “conspiração” e “traição à pátria”, acusações amplamente contestadas por organismos internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos.