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Na última terça-feira (26), durante uma sessão da Assembleia Nacional da França, o deputado Vincent Trébuchet, do partido UDR, fez duras críticas à carne exportada pelo Brasil, em meio à votação simbólica que rejeitou o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Com 484 votos contrários e apenas 70 a favor, a rejeição foi um claro indicativo da oposição ao tratado.
“A verdade é que nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo. Por não conseguirmos preservar nossa soberania nos últimos 25 anos, os governos franceses se mostraram distantes e receosos em relação a esse acordo”, afirmou o deputado.
A crítica à carne brasileira foi amplamente sustentada por outros parlamentares. O deputado Antoine Vermorel-Marques, do partido Republicanos, se mostrou alarmado com as práticas de produção no Brasil, especialmente o uso de pesticidas. “A carne brasileira, alimentada com um pesticida proibido na Europa, fragiliza a gravidez e afeta a saúde dos recém-nascidos”, afirmou Vermorel-Marques, citando especificamente as fazendas de gado charolês.
Outro parlamentar, Hélène Laporte, do partido Rassemblement National (Reagrupamento Nacional), também rejeitou a carne brasileira, enfatizando as questões ambientais e de saúde pública. “Uma megaconcentração da produção, com três empresas dividindo 92% da produção destinada à exportação; desmatamento maciço e uso de antibióticos sem moderação. Vamos usar a pecuária brasileira como modelo? Para o RN, a resposta é não”, disse Laporte.
Essas declarações refletem um crescente descontentamento com o impacto ambiental e sanitário das práticas de produção de carne no Brasil. Os críticos argumentam que o setor de carne do país tem sido responsável por práticas prejudiciais à saúde pública e ao meio ambiente, como o desmatamento da Amazônia e o uso de substâncias proibidas na Europa.
Apesar de o voto ter sido simbólico, a votação indicou claramente a rejeição ao acordo, que ainda será discutido em outros órgãos legislativos da União Europeia. A decisão de manter ou não o tratado de livre comércio entre o Mercosul e a UE agora depende das negociações futuras, mas as críticas à carne brasileira permanecem como um ponto central do debate.