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A principal força de oposição na Coreia do Sul, o Partido Democrático (PD), e outras cinco legendas apresentaram nesta quarta-feira (4) uma moção parlamentar para a destituição do presidente Yoon Suk-yeol. A iniciativa ocorre após o mandatário revogar a lei marcial que havia decretado na véspera.
As seis forças opositoras deram início a um processo legislativo que pode levar à suspensão temporária do presidente, cuja administração enfrenta desgastes significativos. Yoon havia justificado a lei marcial como necessária para proteger a “ordem constitucional” contra atividades “antipatrióticas” e “pró-norte-coreanas”.
A oposição, liderada pelo PD, que possui maioria na Assembleia Nacional, acusou Yoon de autoritarismo. Recentemente, o partido aprovou, sem apoio do governista Partido do Poder Popular (PPP), o orçamento de 2025 com cortes significativos, além de moções contra o procurador-geral e outros altos funcionários do governo.
Moção e prazos
A moção de destituição foi anunciada por 192 parlamentares das seis forças opositoras na Assembleia Nacional. A votação está prevista para acontecer entre sexta-feira (6) e sábado (7), respeitando o prazo de 72 horas estabelecido pela legislação sul-coreana para analisar iniciativas desse tipo.
Para que a moção seja aprovada, é necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 parlamentares que compõem o parlamento unicameral. Na votação para revogar a lei marcial, 190 votos foram favoráveis, sugerindo que a oposição precisa conquistar cerca de dez votos adicionais para garantir a suspensão do presidente.
Curiosamente, até mesmo membros do PPP, partido de Yoon, criticaram a aplicação da lei marcial. O líder do partido, Han Dong-hoon, classificou a medida como “um erro” e prometeu trabalhar “ao lado do povo” para combatê-la. Alguns parlamentares governistas, inclusive, votaram contra a decisão do presidente.
Caso a moção de destituição seja aprovada, Yoon ficará afastado de suas funções até que a Corte Constitucional delibere, dentro de um prazo máximo de 180 dias, sobre possíveis violações à Constituição.
Crise política e segurança
Desde a revogação da lei marcial, o presidente Yoon não fez novas aparições ou declarações públicas, aumentando as especulações sobre sua posição fragilizada.
Enquanto isso, o chefe do Estado-Maior sul-coreano, o almirante Kim Myung-soo, convocou uma reunião de emergência para reforçar a disciplina militar diante das potenciais ameaças vindas da Coreia do Norte.
Kim ordenou às tropas que priorizem a segurança pública e mantenham um estado de alerta elevado para impedir ações norte-coreanas. “Devemos proteger o público com prioridade máxima e garantir que a Coreia do Norte não tome decisões precipitadas”, afirmou o almirante.
A situação evidencia um momento de grande tensão política e militar na Coreia do Sul, com a estabilidade do governo sendo colocada à prova por uma combinação de crises internas e ameaças externas.
Com informações de Europa Press e EFE.