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O líder do Partido do Poder Popular da Coreia do Sul, Han Dong-hoon, afirmou nesta sexta-feira (06) que o presidente Yoon Suk Yeoul deve ser suspenso imediatamente para proteger o país de um “grave perigo”. A declaração ocorre em meio a temores de uma nova imposição de lei marcial e pode sinalizar apoio ao impeachment do presidente, que está sendo articulado pela oposição.
Han afirmou ter recebido evidências confiáveis de que Yoon ordenou a prisão de políticos importantes durante a curta lei marcial decretada na noite de terça-feira (3). Apesar disso, o gabinete presidencial negou que tal ordem tenha sido emitida, segundo a agência Yonhap. Diante das informações emergentes, Han concluiu que a suspensão dos poderes do presidente é necessária para resguardar a Coreia do Sul e sua população.
A medida tem gerado intensos debates políticos e sociais. O decreto de lei marcial de Yoon, que vigorou por poucas horas antes de ser revogado por legisladores, foi amplamente criticado e impulsionou protestos em várias partes do país. As ações de Yoon alimentaram temores de repetição de medidas extremas e colocaram o país em uma situação de instabilidade.
O posicionamento de Han representa um afastamento em relação à postura anterior de seu partido, que criticava a lei marcial, mas evitava apoiar o impeachment. Antes, Han havia declarado que impediria o afastamento presidencial para evitar “caos despreparado e danos ao povo”. Contudo, ao se reunir com Yoon na quarta-feira (4), ele expressou sua insatisfação, destacando que as ações do presidente deixaram “uma grande cicatriz na Coreia e no partido”.
A oposição, composta pelo Partido Democrata, legendas menores e independentes, possui 192 cadeiras no parlamento, mas precisa de apoio de pelo menos oito membros do partido governista para aprovar a moção de impeachment, que exige dois terços dos votos da legislatura. A votação está prevista para este sábado (7).
Enquanto isso, o grupo cívico de direitos humanos militares da Coreia do Sul relatou indícios de que uma nova lei marcial poderia ser declarada. Segundo Lim Tae-hoon, do Centro de Direitos Humanos Militares da Coreia (CMHRK), unidades do exército receberam ordens para se manterem de prontidão no dia seguinte à votação do impeachment.
Por outro lado, o ministro da Defesa em exercício, Kim Seon-ho, pediu desculpas pelo impacto causado pela lei marcial e negou que haja planos para uma nova declaração. Kim também afirmou que não acataria ordens para implementar outra medida semelhante. Em investigações iniciadas pela polícia nacional, Yoon e o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que renunciou após a crise, são alvos das apurações. Promotores civis e militares conduzem uma investigação conjunta sobre o caso.
Relatos sobre o caos ocorrido em Seul na terça-feira continuam a emergir. Kwak Jong-geun, comandante especial de guerra, revelou ter desobedecido ordens para retirar legisladores do parlamento, orientando suas tropas a não entrarem no local nem utilizarem munição real. Ele justificou sua decisão como um ato de consciência diante das circunstâncias.
A crise política tem impactado severamente a popularidade de Yoon, cujo índice de aprovação caiu para 13%, conforme pesquisa da Gallup Korea divulgada nesta sexta-feira.