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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta terça-feira que a “primeira prioridade” da União Europeia é estabelecer rapidamente relações com a nova administração dos Estados Unidos, com o objetivo de buscar interesses comuns e negociar, sempre defendendo os princípios europeus.
“Nossa primeira prioridade será estabelecer um relacionamento cedo, discutir interesses comuns e estar dispostos a negociar. Seremos pragmáticos, mas sempre defenderemos nossos princípios. Proteger nossos interesses e defender nossos valores: esse é o estilo europeu”, disse Von der Leyen em seu discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos.
Na ocasião, a chefe do Executivo comunitário alertou que “há muito em jogo para ambas as partes” e reafirmou o desejo da UE de cooperar “mais” com todos os países que estejam “abertos”.
Sobre os Estados Unidos, Von der Leyen destacou que “nenhuma outra economia do mundo está tão integrada quanto a nossa. As empresas europeias nos Estados Unidos empregam 3,5 milhões de americanos. E mais um milhão de empregos americanos depende diretamente do comércio com a Europa”.
Ela acrescentou que “cadeias de suprimento inteiras se estendem de ambos os lados do Atlântico”. Como exemplo dessa interdependência, a ex-ministra da Defesa da Alemanha citou que “um avião americano é construído com sistemas de controle e fibras de carbono da Europa” e que “os medicamentos americanos são fabricados com produtos químicos e ferramentas de laboratório que vêm do nosso lado do Atlântico”.
Ao mesmo tempo, a Europa importa o dobro de serviços digitais dos Estados Unidos do que de toda a região da Ásia e do Pacífico, afirmou ainda.
Ela ressaltou também que, de todos os ativos americanos no exterior, dois terços estão na Europa; que os Estados Unidos fornecem à UE mais de 50% do gás natural liquefeito (GNL) consumido pelo bloco, e que o volume comercial entre ambos é de 1,5 trilhões de euros, o que representa 30% do comércio mundial.
“As regras de jogo entre as potências mundiais estão mudando. Não devemos dar nada por certo”, alertou a presidente da Comissão Europeia.
“Embora a alguns na Europa não gostem dessa nova realidade, estamos dispostos a enfrentá-la. Nossos valores não mudam. Mas, para defendê-los em um mundo em mudança, precisamos mudar nossa forma de agir”, afirmou.
E acrescentou: “Devemos buscar novas oportunidades onde quer que surjam. Este é o momento de nos comprometermos além dos blocos e dos tabus. E a Europa está preparada para a mudança”.
“Europa está aberta aos negócios no mundo todo”
“O nosso recado ao mundo é simples: se houver benefícios mútuos à vista, estamos prontos para trabalhar com vocês. Se quiserem melhorar suas indústrias de tecnologia limpa, se quiserem expandir sua infraestrutura digital, a Europa está aberta aos negócios”, disse.
A conservadora alemã considerou que, à medida que a competição entre grandes potências se intensifica, cresce o “apetite crescente” no mundo todo por trabalhar “mais estreitamente” com a UE.
Nesse contexto, ela destacou as novas “alianças” firmadas com a Suíça, o Mercosul e o México.
Para a chefe do Executivo comunitário, se essas parcerias foram concretizadas agora, após anos de negociações, foi porque, com a UE, “o que você vê é o que você obtém. Jogamos de acordo com as regras. Nossos acordos não têm condições ocultas”, afirmou.
“Enquanto outros estão apenas interessados em exportar e extrair, nós queremos ver as indústrias locais florescendo nos países parceiros”, afirmou a alemã.
Esses motivos explicam por que “a oferta da Europa é tão atraente em todo o mundo: desde nossos vizinhos da África, que estão trabalhando conosco para desenvolver cadeias de valor locais de tecnologia limpa e combustíveis limpos, até a vasta região da Ásia e do Pacífico”, garantiu.
E, nessa linha de abrir ou reforçar laços entre a UE e o mundo, Von der Leyen adiantou que a primeira viagem de sua nova Comissão Europeia será à Índia, para “melhorar a parceria estratégica com o país e a maior democracia do mundo”.
(Com informações da EFE)
