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Israel ameaçou na quarta-feira (12) lançar uma “nova guerra” na Faixa de Gaza, o que poderia viabilizar a ideia do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar a população do território palestino, caso o Hamas não liberte reféns até sábado (15).
Pouco antes da declaração do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, o Hamas afirmou que não cederia às ameaças dos Estados Unidos e de Israel.
Enquanto isso, Catar e Egito atuam como mediadores para tentar manter a trégua, em vigor desde 19 de janeiro, com duração inicial de 42 dias. O Hamas enviou uma delegação ao Cairo para negociações.
De acordo com os termos do cessar-fogo, que interrompeu mais de 15 meses de guerra em Gaza, 33 reféns devem ser libertados até o início de março, em troca da soltura de 1.900 palestinos presos em Israel. Até o momento, já foram realizados cinco trocas de prisioneiros.
No entanto, as ameaças do Hamas de não libertar um grupo de reféns no dia 15 de fevereiro, aliadas às advertências de Israel, com apoio dos Estados Unidos, sobre a retomada da guerra, colocaram a trégua em risco.
“Portas do inferno se abrirão”, diz ministro israelense
“Se o Hamas não libertar os reféns israelenses até sábado, as portas do inferno se abrirão, como prometeu o ex-presidente dos Estados Unidos”, declarou o ministro da Defesa, Israel Katz.
“A nova guerra em Gaza terá uma intensidade diferente da anterior ao cessar-fogo (…) e também permitirá concretizar a visão de Trump para Gaza”, acrescentou.
O plano do ex-presidente dos EUA, apoiado por Israel e criticado internacionalmente, prevê colocar a Faixa de Gaza sob controle americano e realocar seus 2,4 milhões de habitantes para Egito e Jordânia, a fim de reconstruir o território.
Na segunda-feira (10), o Hamas ameaçou interromper a libertação de reféns alegando que Israel violou o acordo da trégua ao bloquear a entrada de ajuda humanitária.
Israel e os Estados Unidos responderam que retomariam o conflito caso o grupo islâmico não cumprisse o acordo.
“Se o Hamas não libertar nossos reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo será encerrado e (as Forças de Defesa de Israel) retomarão os combates intensos até que o Hamas seja completamente derrotado”, afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na terça-feira (11).
A declaração ecoou a ameaça feita pelo ex-presidente dos EUA um dia antes, quando advertiu que um “inferno” se desencadearia se o Hamas não libertasse “todos” os reféns israelenses até sábado.
Hamas rejeita ameaças e acusa Israel de obstrução
O Hamas respondeu nesta quarta-feira (12) afirmando que “não aceitará a linguagem de ameaças” dos EUA e de Israel, e pediu que o governo israelense cumpra os termos do acordo de cessar-fogo.
As negociações para a segunda fase do acordo ainda não começaram. Segundo o Hamas, isso ocorre devido a uma “obstrução contínua” por parte de Israel para sabotar a trégua.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que atua na recuperação dos reféns após sua libertação, pediu que ambas as partes respeitem o cessar-fogo, destacando que “centenas de milhares de vidas dependem disso”.
A segunda fase do acordo prevê a libertação de todos os reféns e o fim definitivo da guerra.
Conflito já deixou mais de 49 mil mortos
O ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023 deixou 1.210 mortos, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses. Das 251 pessoas sequestradas, 73 ainda permanecem em Gaza, das quais pelo menos 35 teriam morrido, segundo o exército de Israel.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza, por sua vez, já deixou ao menos 48.219 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino, considerados confiáveis pela ONU.
A terceira e última fase do acordo prevê a reconstrução de Gaza, um projeto colossal que, segundo a ONU, pode custar mais de 53 bilhões de dólares.
Egito e Jordânia pedem reconstrução sem deslocamento da população
O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, e o rei da Jordânia, Abdullah II, reforçaram nesta quarta-feira (12) a unidade de seus países diante da crise em Gaza e pediram a aplicação integral do cessar-fogo.
Ambos os líderes defenderam a “libertação contínua de reféns e prisioneiros, além da entrada de ajuda humanitária” no território palestino, segundo comunicado da presidência egípcia.
Eles também exigiram o início “imediato” do processo de reconstrução de Gaza, “sem deslocar o povo palestino de sua terra”.
(Com informações da AFP)
