Trump prevê “período de transição” na economia dos EUA com novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (9), em entrevista à Fox News, que prevê um “período de transição” na economia do país, atribuído às tarifas que seu governo impôs ou planeja impor sobre produtos de outras nações.

Ao ser questionado pela apresentadora Maria Bartiromo sobre indicadores que apontam para uma possível recessão, Trump evitou previsões diretas. “Odeio prever esse tipo de coisa. Há um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande, estamos trazendo riqueza de volta aos Estados Unidos”, declarou.

Enquanto isso, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse em entrevista à NBC que não acredita em uma recessão no país e argumentou que as tarifas globais tendem a cair. “O presidente Trump deixou claro: se quiserem nos impor 100% de tarifas, nós faremos o mesmo”, afirmou.

Trump também abordou as oscilações nas tarifas aplicadas pelo governo aos produtos do México e do Canadá, que preocupam os mercados. O ex-presidente anunciou que, a partir de 2 de abril, entrarão em vigor os chamados “tarifas recíprocas”, justificando que essa medida faz sentido porque outros países estariam “enganando” os EUA.

“O que nos cobram, nós cobraremos deles”

Em relação às tarifas aplicadas a países que impõem tributos sobre importações americanas, Lutnick explicou que certos produtos estrangeiros podem ficar mais caros, mas os nacionais devem se tornar mais acessíveis, o que, segundo ele, é o objetivo da política.

Desde que voltou à Casa Branca, Trump ameaçou impor tarifas a países como México, Canadá e China. Em alguns casos, as tarifas foram implementadas e depois suspensas temporariamente, como ocorreu com produtos incluídos no Acordo T-MEC.

Ao comentar sobre a pausa nas tarifas para o setor automotivo, integrado entre os três países, Trump disse que a decisão foi tomada para “dar um pequeno respiro” às montadoras americanas, mas que as taxas podem ser elevadas futuramente.

O ex-presidente rejeitou avaliar suas políticas pelo impacto no mercado de ações e sugeriu que os EUA adotem uma visão econômica de longo prazo, semelhante à da China. “Se olharmos para a China, eles têm uma perspectiva de 100 anos. Nós trabalhamos por trimestres, e não podemos continuar assim. Precisamos fazer o que é certo”, afirmou.

Trump também foi questionado sobre um alerta da Reserva Federal de Atlanta, que apontou para uma possível contração econômica no primeiro trimestre. Ele admitiu que suas políticas podem afetar o crescimento dos EUA no curto prazo, mas garantiu que, no longo prazo, serão “ótimas para o país”.

Em relação a uma possível recessão em 2025, Trump reafirmou que prefere não fazer previsões. “Odeio prever esse tipo de coisa. Mas há um período de transição porque o que estamos fazendo é muito importante. Estamos trazendo riqueza de volta aos Estados Unidos. Isso é algo grande”, disse.

O ex-presidente minimizou as preocupações das empresas que buscam estabilidade para investimentos e criticou os “grandes globalistas”, acusando-os de prejudicar os EUA. “Durante anos, os globalistas enganaram os Estados Unidos. Agora, estamos apenas recuperando o que é nosso e garantindo um tratamento justo ao nosso país”, declarou.

Trump também sugeriu que as tarifas podem ser elevadas gradativamente ao longo do tempo. “Os impostos podem subir, e podem continuar subindo. Não sei se isso é previsível”, afirmou.

(Com informações da EFE e AP)