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A decisão das autoridades alemãs de classificar o partido Alternativa para Alemanha (AfD) como um caso de extremismo de direita, permitindo uma maior vigilância sobre o principal partido de oposição, gerou críticas nos Estados Unidos. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificou a medida como uma “tirania disfarçada”.
“A Alemanha acaba de conceder à sua agência de espionagem novos poderes para vigiar a oposição. Isso não é democracia, é uma tirania disfarçada”, afirmou Rubio em suas redes sociais. O funcionário americano também questionou a política de imigração do governo alemão, considerando que “o verdadeiramente extremista não é o popular AfD — que ficou em segundo lugar nas recentes eleições — mas sim as letais políticas de imigração de fronteiras abertas do ‘establishment’, às quais o AfD se opõe”.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, também se manifestou, afirmando: “O Ocidente derrubou o Muro de Berlim juntos. E ele foi reconstruído, não pelos soviéticos ou russos, mas pelo ‘establishment’ alemão”.
A Alemanha, por sua vez, defendeu a decisão de seu serviço de inteligência. O Ministério das Relações Exteriores alemão respondeu diretamente a Rubio no X, afirmando: “Isto é democracia”, e acrescentou: “Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita deve ser combatido”.
O comentário de Rubio refere-se à decisão do Escritório para a Proteção da Constituição (BfV), o órgão de inteligência interna dependente do Ministério do Interior da Alemanha, que classificou formalmente o AfD como “extremismo de direita confirmado”, autorizando os serviços de segurança a ampliar o monitoramento das atividades do grupo em nível nacional.
A medida foi tomada após uma investigação de mais de 1.100 páginas elaborada pelo BfV. Em um comunicado oficial, o órgão afirmou ter revisado o relatório “de forma exaustiva e neutra” e concluiu que “a concepção étnica e baseada na ascendência que prevalece no partido não é compatível com a ordem democrática básica”.
O AfD, fundado em 2013, tem aumentado seu apoio em diversos setores da população alemã nos últimos anos. Nas eleições gerais antecipadas de 23 de fevereiro, o partido obteve 20,8% dos votos, consolidando-se como a segunda força política do país e, consequentemente, como a principal força de oposição no novo Parlamento.
As declarações de Rubio representam uma crítica direta incomum de um alto funcionário americano às instituições democráticas de um aliado europeu, e ocorrem em um contexto de crescente tensão política na Alemanha diante do avanço de formações nacionalistas e eurocéticas.
Elon Musk Alerta Contra Possível Ilegalização do AfD
O empresário Elon Musk também questionou publicamente o relatório da inteligência alemã sobre o AfD. Através de sua conta oficial no X, da qual é proprietário, ele afirmou que “proibir o centrista AfD, o partido mais popular da Alemanha, seria um ataque extremo contra a democracia”.
Musk já havia manifestado seu apoio ao AfD durante a campanha prévia às eleições gerais de fevereiro. Em sua mensagem mais recente, ele classificou a classificação do partido como “organização extremista” pelos serviços de inteligência como um passo para sua eventual ilegalização, o que — segundo ele — colocaria em risco o sistema democrático alemão.
O Escritório para a Proteção da Constituição considera que o AfD representa uma ameaça estrutural à ordem constitucional, o que, sob a legislação vigente, permitiria às autoridades solicitar sua proibição perante o Tribunal Constitucional Federal.
Em resposta, os líderes do AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, descreveram a decisão como um “golpe para a democracia” e acusaram a inteligência alemã de realizar uma “interferência política” orientada a bloquear processos eleitorais legítimos. Segundo ambos os dirigentes, o objetivo é enfraquecer a principal força de oposição frente à futura grande coalizão de democratas-cristãos e social-democratas.
(Com informações de EFE/Europa Press)
