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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (28) que o exército de Israel abateu Mohammed Sinwar, suposto líder do Hamas em Gaza e irmão do antigo chefe, Yahya Sinwar, que foi morto anteriormente.
“Eliminamos Mohammed Sinwar”, declarou Netanyahu perante o plenário do Parlamento.
O anúncio representa a confirmação definitiva da morte de Sinwar, semanas depois de as forças israelenses o terem atingido em um bombardeio aéreo massivo contra um esconderijo em um túnel sob um hospital no sul de Gaza, em 13 de maio. A operação, parte da atual ofensiva israelense contra o Hamas, incluiu o lançamento de um grande número de bombas sobre a área do Hospital Europeu, onde se acreditava que Sinwar se escondia. Relatos anteriores da mídia israelense e de autoridades de defesa já haviam sugerido sua morte, mas o governo havia retido a confirmação oficial até esta quarta-feira.
O ministro da Defesa, Israel Katz, já havia insinuado a morte de Sinwar durante uma sessão em meados de maio da Comissão de Assuntos Exteriores e Defesa da Knesset, afirmando que havia “indícios crescentes” de que o líder do Hamas havia sido morto.
Provas e Consequências na Liderança do Hamas
Fontes militares israelenses também declararam ao The Jerusalem Post que, embora ainda não tivessem declarado oficialmente a morte de Sinwar, as evidências sugeriam claramente que ele e vários de seus ajudantes haviam morrido no ataque. Os relatos indicavam que entre os mortos estava Mohammed Shabanah, comandante da Brigada Rafah do Hamas e provável sucessor de Sinwar.
Um vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) supostamente mostrava Mohammed Sinwar viajando por um túnel próximo à passagem de fronteira de Erez pouco antes do ataque. As imagens faziam parte dos esforços dos serviços de inteligência israelenses para localizar alvos de alto valor do Hamas.
Mohammed Sinwar havia assumido o controle do Hamas após a morte de seu irmão, Yahya Sinwar, em outubro de 2024. Yahya, considerado o mentor do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, morreu em uma operação militar israelense em Rafah. Desde então, Mohammed Sinwar havia supervisionado as operações do Hamas em Gaza, incluindo a manipulação de reféns israelenses pelo grupo. Segundo estimativas israelenses, acredita-se que cerca de 21 dos 58 reféns restantes ainda estejam vivos.
Com a morte de Sinwar, apenas um dos cinco comandantes de brigada originais do Hamas antes da guerra – o líder da brigada da cidade de Gaza, Az-adin-al-Hadad – permanece vivo, o que o coloca como provável sucessor para liderar a ala militar do Hamas.
Outro Irmão Morto e a Estrutura de Liderança Secreta do Hamas
A confirmação da morte de Mohammed Sinwar ocorre poucos dias depois de Israel anunciar a morte de outro irmão de Sinwar, Zakaria Sinwar, em outro ataque aéreo. Zakaria, professor de história da Universidade Islâmica de Gaza, morreu em decorrência dos ferimentos sofridos em um ataque contra o campo de refugiados de Nuseirat em 17 de maio.
A família Sinwar tem sido um pilar fundamental da liderança do Hamas, e a morte de Yahya Sinwar no ano passado representou um duro golpe para o grupo. A campanha militar de Israel tem se direcionado sistematicamente contra os altos cargos do Hamas, incluindo o dirigente político Ismail Haniyeh e o chefe militar Mohammed Deif.
Ao contrário do Hezbollah, que cultivou um culto à personalidade em torno de seus líderes, o Hamas tem mantido o secretismo em torno de seus altos comandos, especialmente dentro de seu braço armado, as Brigadas Al-Qassam. “O nome do chefe das Brigadas Al Qassam continuará sendo secreto”, declarou à imprensa uma fonte próxima ao grupo. Especialistas acreditam que os laços familiares de Mohammed Sinwar com Yahya e seus próprios antecedentes militantes lhe conferiam automaticamente autoridade dentro das fileiras do Hamas.
Operações Militares em Andamento e Crise dos Reféns
Enquanto isso, o Comando Sul das FDI continua operando em Gaza sob a direção da inteligência militar e da agência de segurança Shin Bet como parte da Operação Carros de Gideão. Os últimos ataques aéreos tiveram como alvo lançadores de foguetes, posições de atiradores, unidades antitanque e depósitos de armas.
Somente nas últimas 48 horas, a aviação israelense atacou dezenas de locais terroristas, incluindo complexos militares e infraestruturas subterrâneas. O exército prometeu continuar sua campanha até neutralizar todas as ameaças contra os cidadãos israelenses.
O Hamas ainda não emitiu uma declaração oficial sobre a morte de Mohammed Sinwar, e ainda não está claro como sua morte afetará as negociações para a liberação dos reféns israelenses ainda cativos em Gaza.
Enquanto isso, o governo de Israel reiterou seu compromisso de desmantelar completamente o Hamas, objetivo estabelecido após os ataques de 7 de outubro, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e que desencadearam a guerra atual.
Agora que o conflito entra em seu vigésimo mês, a eliminação de outro alto dirigente do Hamas representa tanto uma vitória tática para Israel quanto uma maior fragmentação da estrutura de liderança do grupo terrorista.
