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As ruas de Los Angeles seguem em clima de tensão, com imagens divulgadas nas redes sociais mostrando confrontos entre manifestantes e forças de segurança durante protestos contra as redadas migratórias promovidas pelo governo federal. Os atos chegaram ao terceiro dia consecutivo neste domingo (8), com registros de vandalismo, prisões e repressão utilizando táticas militares.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou a “esquerda radical” pela escalada da violência e anunciou duas medidas: o envio de 2 mil soldados da Guarda Nacional para conter os protestos e a proibição do uso de máscaras em manifestações.
“Esses protestos da esquerda radical, organizados por agitadores e, muitas vezes, por desordeiros pagos, não serão mais tolerados. Além disso, a partir de agora, não será permitido o uso de máscaras. O que essas pessoas têm a esconder?”, escreveu Trump na rede Truth Social. Ele também agradeceu à Guarda Nacional “pelo bom trabalho” no controle dos distúrbios que, segundo autoridades, já resultaram em dezenas de presos, incluindo onze cidadãos mexicanos.
O epicentro da crise tem sido a comunidade de Paramount, nos arredores de Los Angeles, onde milhares de pessoas saíram às ruas em reação às redadas realizadas por agentes federais. Na noite de sexta-feira (6), atos de vandalismo e pichações contra prédios públicos e veículos do ICE (agência de imigração) acirraram os ânimos. No sábado, a situação escalou quando mais de 50 viaturas participaram de uma operação em uma empresa local, enfrentando resistência de ativistas e moradores. A repressão incluiu uso de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral.
A decisão de Trump de mobilizar a Guarda Nacional foi formalizada em um memorando presidencial e, segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, visa “conter a anarquia que se instalou”. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que tropas da ativa, como os fuzileiros navais da base de Camp Pendleton, já estão de prontidão e podem ser acionadas.
A medida foi duramente criticada por autoridades locais. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, chamou a decisão de “deliberadamente provocadora” e um “comportamento insano”. Já a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, declarou à rede ABC que confia nas forças locais para controlar os protestos e considera desnecessária a presença militar.
Trump rebateu, criticando a atuação da prefeita em crises anteriores: “Basta ver como ela lidou com os incêndios”. O governo federal, por sua vez, manteve o tom duro. “Temos tolerância zero com violência contra agentes da lei”, afirmou a porta-voz Leavitt.
Tom Homan, assessor do governo Trump para segurança de fronteiras, também defendeu as ações: “Estamos tornando Los Angeles mais segura. A prefeita Bass deveria nos agradecer”, escreveu no X (antigo Twitter).
A tensão entre a população e as autoridades permanece. Muitos moradores, em sua maioria latinos, continuam a protestar e denunciam o uso excessivo da força pelos agentes federais. “Nunca vão nos calar. Só nos resta a nossa voz”, disse um manifestante.
Enquanto a cidade tenta evitar novos episódios de violência, o Departamento de Segurança Interna expressou preocupação com os ataques a prédios públicos, mas a comunidade segue afirmando que a presença militar apenas aumenta o medo e o clima de desconfiança.
