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O novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, vai defender nesta segunda-feira (10) um “salto qualitativo” nas capacidades de defesa da aliança militar, com destaque para um aumento de 400% nos sistemas de defesa aérea e antimísseis. A medida, segundo ele, é necessária para proteger o espaço aéreo dos países-membros diante das ameaças representadas pela Rússia.
“Estamos vendo na Ucrânia como a Rússia semeia o terror pelo ar. Por isso, vamos reforçar o escudo que protege nossos céus”, dirá Rutte em discurso ao grupo britânico de especialistas Chatham House, em Londres, conforme trecho antecipado pela Otan em comunicado.
De acordo com o chefe da aliança, um aumento expressivo nas capacidades militares é essencial para manter uma dissuasão crível. “Precisamos de um salto qualitativo na nossa defesa coletiva”, destacará.
A reação russa veio antes mesmo do discurso. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a Otan como um “instrumento de agressão e confronto”, ao ser questionado por jornalistas sobre as declarações previstas de Rutte.
Antes do pronunciamento, Rutte se reunirá com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em Londres — será o segundo encontro entre os dois desde que o premiê assumiu o cargo em julho de 2024.
A fala de Rutte antecede a cúpula da Otan, marcada para este mês nos Países Baixos. Na ocasião, espera-se que a aliança anuncie uma ampliação significativa nos orçamentos militares dos países-membros, uma exigência crescente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump tem pressionado para que os integrantes da Otan elevem os gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), mais que o dobro da meta atual de 2%. Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, os aliados estão próximos de um consenso em torno do novo patamar, que pode ser oficializado durante o encontro em Haia.
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, os países da aliança têm acelerado os investimentos em defesa. Rutte alerta, no entanto, que os riscos não terminarão com o conflito: “O perigo não desaparecerá mesmo depois que a guerra na Ucrânia acabar”.
Entre as demandas citadas por ele estão o aumento do número de tropas, tanques, veículos blindados e milhões de projéteis de artilharia.
Na semana passada, o Reino Unido anunciou planos para construir até 12 submarinos de ataque com propulsão nuclear e seis novas fábricas de munição, como parte de uma estratégia de rearme diante do que considera uma escalada nas ameaças russas.
Em paralelo, o governo de Starmer reafirmou seu compromisso de elevar os gastos com defesa para 2,5% do PIB até 2027, embora ainda não tenha definido um cronograma exato para novos aumentos.
“A Otan precisa se tornar uma aliança mais forte, mais justa e mais letal”, concluirá Rutte.
