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A incerteza e o temor se espalharam entre os moradores do Irã diante da possibilidade de um desligamento total da internet. Circulam dicas sobre quais aplicativos de mensagens e GPS poderiam funcionar caso o acesso à rede seja restrito apenas ao sistema nacional. Nesse contexto, o acesso à internet no Irã sofre graves interrupções, com bloqueios intermitentes e uma queda significativa no tráfego digital, conforme relatos de especialistas e depoimentos de cidadãos.
De acordo com o The New York Times, tanto especialistas em cibersegurança quanto usuários iranianos concordam que as autoridades intensificaram as restrições na rede, motivadas pelo medo da disseminação de informações sobre protestas e possíveis ciberataques vindos de Israel. Nos últimos dias, muitos iranianos relataram dificuldades crescentes para se comunicar com familiares, consultar notícias confiáveis, acessar serviços bancários online ou simplesmente se conectar à internet. Essas limitações também afetaram o recebimento de alertas relacionados ao conflito, como o aviso emitido pelo exército israelense na segunda-feira, que pedia a evacuação de uma área de Teerã devido à iminência de um ataque.
O grupo de monitoramento Netblocks informou nesta terça-feira que sua análise de telemetria mostra uma redução significativa no tráfego de internet no Irã, acompanhando seu relatório com um gráfico que evidencia uma queda acentuada. “Parece que estamos caminhando para um desligamento total”, alertou Amir Rashidi, especialista em cibersegurança radicado nos Estados Unidos, citado pelo The New York Times.
Diversos cidadãos iranianos entrevistados pelo veículo americano confirmaram que as redes de dados móveis pararam de funcionar em várias regiões do país, impossibilitando o acesso a aplicativos e sites estrangeiros pelos celulares. Apenas os portais e aplicativos nacionais permanecem operacionais. Além disso, os serviços de Redes Privadas Virtuais (VPNs), que muitos iranianos usam para contornar os filtros governamentais, foram bloqueados de forma intermitente. “Desconectaram o WhatsApp; depois conectaram; depois desconectaram de novo”, relatou Arta, um jovem de 28 anos de Teerã, por mensagem de texto. “Quando você usa dados móveis, a VPN conecta em alguns lugares e em outros não. Eles fecharam a maioria das portas”, acrescentou.
O governo tem incentivado a população a usar o Serviço Nacional de Internet (N.I.N.), que só permite mensagens através de plataformas controladas pelo Estado. No entanto, muitos usuários desconfiam da segurança e privacidade dessas ferramentas. O The New York Times lembrou que, há décadas, as autoridades iranianas restringem o acesso a sites e redes sociais como Facebook e Instagram, o que levou a população a depender de uma variedade de VPNs para driblar a censura.
Desde que Israel iniciou ataques contra o Irã na semana passada, vários usuários relataram falhas em seus serviços de VPN, o que os obrigou a buscar alternativas funcionais ou a mudar constantemente de rede. As interrupções não se apresentam de forma uniforme em todo o país, embora a percepção geral aponte que o governo tenta impedir a difusão de informações sobre os locais afetados pelos ataques israelenses, incluindo imagens e vídeos.
A cobertura dos ataques tem sido limitada por um forte esquema de segurança, o que dificulta a avaliação dos danos e o impacto na população civil. Em alguns vídeos compartilhados, ouve-se pessoas pedindo que outros “não filmem” e que “não bloqueiem a passagem” para os serviços de emergência.
Diante da falta de informações confiáveis, alguns iranianos manifestaram uma sensação de pânico, compartilhando recomendações sobre quais aplicativos de GPS e mensagens poderiam continuar funcionando se o acesso à internet for completamente restrito, exceto pelo N.I.N. “O Google Play não está mostrando as rotas corretamente”, explicou Amir Rashidi ao veículo americano, “então algumas pessoas que estavam tentando evacuar agora estão perdidas”.
As autoridades iranianas também alertaram a população sobre o uso de aplicativos como o WhatsApp, argumentando que o país enfrenta um ciberataque por parte de Israel.
