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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta segunda-feira (30) que esteja negociando com o Irã ou oferecendo qualquer tipo de apoio ao país. A declaração foi publicada na rede social Truth Social após surgirem relatos na imprensa americana sobre uma possível tentativa de reaproximação diplomática envolvendo um programa nuclear civil iraniano avaliado em até US$ 30 bilhões.
“Digam ao falso senador democrata Chris Coons que NÃO estou oferecendo NADA ao Irã, ao contrário de Obama, que lhes pagou bilhões de dólares sob o estúpido ‘caminho para uma Arma Nuclear JCPOA’ (que agora teria expirado!). Nem mesmo estou conversando com eles desde que ARRASAMOS totalmente suas instalações nucleares”, escreveu Trump.
As declarações acontecem em meio a informações desencontradas sobre um possível retorno ao diálogo entre Washington e Teerã, uma semana após bombardeios conjuntos dos EUA e de Israel contra centros nucleares iranianos, que teriam causado danos significativos ao programa da República Islâmica.
Na semana passada, o senador democrata Chris Coons, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado, afirmou que ainda era cedo para avaliar com precisão os efeitos dos bombardeios sobre as instalações de enriquecimento de urânio. “É importante não politizar os profissionais de carreira da nossa comunidade de inteligência”, declarou à MSNBC. “Dizer que o programa foi totalmente destruído me parece prematuro.”
Irã impõe condição para retomar diálogo
Em Teerã, o vice-ministro de Relações Exteriores, Majid Tajt-Ravanchi, afirmou à BBC que o Irã só aceitará retomar conversas com os Estados Unidos caso haja garantias de que novos ataques não serão realizados. Segundo ele, Washington demonstrou interesse em negociar após os ataques do dia 21 de junho, mas até o momento “não há data marcada nem formato definido” para um possível encontro.
“Queremos saber se veremos outro ato de agressão enquanto estivermos em negociação”, disse o diplomata iraniano. Ele também reafirmou o direito do Irã de manter sua capacidade de enriquecimento de urânio.
Os bombardeios do dia 21 fizeram parte de uma ofensiva mais ampla iniciada por Israel em 13 de junho, com alvos militares e nucleares em território iraniano. Os Estados Unidos participaram especificamente dos ataques às instalações de Fordow, Natanz e Isfahan. Autoridades americanas afirmam que a única planta de conversão de metal do país, essencial na produção de armas nucleares, foi destruída, e que a maioria do estoque de urânio enriquecido foi soterrado.
CIA diz que ofensiva atrasou programa por anos
De acordo com informações de um funcionário americano, o diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou em sessão reservada ao Congresso que os ataques recentes atrasaram o programa nuclear do Irã em vários anos.
Na última sexta-feira, Trump advertiu que bombardearia novamente o país caso o Irã volte a enriquecer urânio em níveis compatíveis com a fabricação de armas atômicas. O limite estabelecido pelo acordo internacional de 2015 é de 3,67%, mas o Irã já alcança 60% — próximo dos 90% necessários para armamento, segundo o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA).
Tajt-Ravanchi criticou a ameaça americana, chamando-a de “lei da selva”. Para ele, negar ao Irã o direito de enriquecer urânio sob risco de ataques militares é inaceitável.
