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– A eleição legislativa deste domingo reconfigurou o cenário político na Argentina com uma vitória contundente de La Libertad Avanza (LLA), o partido do presidente Javier Milei. Com mais de 40% dos votos em nível nacional, o governo não só consolidou sua base de apoio, como conseguiu uma virada histórica na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país, onde havia sido derrotado por mais de 14 pontos há cerca de um mês e meio.
De acordo com os dados parciais, o LLA superou a principal força de oposição, o bloco peronista Fuerza Patria, que obteve pouco mais de 24%. O resultado garante a ampliação da bancada governista no Parlamento, aproximando o presidente Milei do terço necessário em ambas as câmaras para “blindar” eventuais vetos presidenciais. No entanto, para aprovar reformas estruturais, o LLA continuará dependindo de alianças com outras legendas.
Virada Histórica em Buenos Aires
O impacto da vitória foi sentido com mais força na província de Buenos Aires, um tradicional reduto peronista. A lista liderada por Diego Santilli (que substituiu José Luis Espert) superou o peronismo, contrariando todas as projeções iniciais. A mudança de cenário em relação ao pleito anterior sublinha a magnitude da reviravolta eleitoral, dando ao governo uma margem de manobra ampliada no Congresso.
A vitória do governo é atribuída a uma combinação de fatores:
- Mudança Estratégica: A decisão de substituir o candidato em Buenos Aires, a menos de 18 dias da eleição, pelo nome de Diego Santilli marcou um ponto de inflexão na campanha, após a renúncia do anterior.
- Ajuste de Discurso: Após a derrota em setembro, a equipe de campanha alterou a comunicação para demonstrar maior empatia com os cidadãos que suportam o peso do duro ajuste econômico.
Oposição em Choque e Apoio Externo
A vitória do LLA deixou a oposição em estado de choque. O peronismo, com listas desenhadas majoritariamente pela ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner (atualmente detida e inabilitada por condenações por corrupção), sofreu com a falta de engajamento do governador Axel Kicillof e dos prefeitos, o que se refletiu nas urnas. O revés agora força o peronismo a redefinir sua estratégia diante de um governo fortalecido.
Por outro lado, a coalizão Províncias Unidas, que ambicionava quebrar a polarização e se posicionar como alternativa para 2027, não conseguiu se consolidar, com derrotas de seus líderes em importantes províncias como Córdoba, Santa Fé e Chubut.
O triunfo de Milei chega com um forte respaldo da Casa Branca. O presidente dos Estados Unidos havia recebido Milei recentemente, destacando a gestão do argentino. Esse apoio se materializou na promessa de uma linha de crédito de US$ 20 bilhões de Washington, somada a um compromisso de outros US$ 20 bilhões de bancos privados, buscando injetar confiança e oxigenar as reservas do Banco Central.
O próprio líder americano havia condicionado a continuidade desse pacote de ajuda a um desempenho eleitoral favorável de Milei, introduzindo um elemento inédito de pressão externa sobre a política argentina.
Com o novo cenário, as atenções se voltam para as próximas definições do presidente Milei, tanto na composição do seu gabinete quanto no rumo econômico e de gestão que marcarão a segunda fase de seu mandato.