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O leilão realizado nesta terça-feira (17) para concessão de novas áreas na bacia da foz do rio Amazonas teve como principais vencedores o consórcio formado pela Petrobras e ExxonMobil, que arrematou dez dos 19 blocos ofertados. Os nove blocos restantes ficaram com o consórcio da americana Chevron e da chinesa CNPC. A disputa acontece em alto-mar, em setores estratégicos para a expansão da exploração petrolífera brasileira.
O setor SPZA-AP2, situado entre a Baía de Naday, em Oiapoque, e a Ilha de Maracá, corresponde a uma área total de 8.662,79 km². Seis blocos foram para o consórcio Chevron-CNPC e três para Petrobras-ExxonMobil, que pagaram, juntos, um bônus de R$ 529 milhões. Já o setor SPZA-AP3, entre a Ilha de Maracá e a foz do rio Amazonas, com 6.111,51 km², teve cinco blocos adquiridos pela parceria Petrobras-ExxonMobil e três pelo consórcio Chevron-CNPC, com bônus total de R$ 305,2 milhões. Por fim, o setor SPZA-AP4, localizado entre a foz do Amazonas e a baía de Marajó, com 1.583,03 km², foi integralmente arrematado pela Petrobras e ExxonMobil, com bônus de R$ 10,5 milhões. O setor SPZA-AP1 não recebeu ofertas.
A ExxonMobil, segunda maior companhia petrolífera do mundo e líder nos Estados Unidos, já participa de 17 blocos no Brasil, especialmente nas bacias de Campos, Santos e Sergipe-Alagoas. Em 2024, registrou lucro de US$ 33,7 bilhões, embora em queda de 6,4% em relação ao ano anterior, enfrentando críticas por seus baixos investimentos em energia renovável.
A Chevron, terceira maior do mundo, opera 17 blocos no pré-sal brasileiro, principalmente nas bacias de Campos e Pelotas, além de manter uma fábrica de aditivos para lubrificantes. A empresa teve lucro de US$ 18 bilhões em 2024, redução de 17% em relação a 2023, e anunciou cortes de até 9 mil funcionários até 2026.
O leilão ocorre em meio a protestos de ambientalistas e ações do Ministério Público Federal do Pará, que tentaram suspender o processo judicialmente. A proximidade da Conferência do Clima COP-30, que será realizada em Belém, também aumenta a pressão para um debate sobre os impactos ambientais da exploração petrolífera na região.
Especialistas e representantes do setor ressaltam a importância da exploração para garantir a segurança energética do país. Segundo um porta-voz, “o Brasil tem potencial para oferecer petróleo com baixa emissão de CO2, contribuindo para a transição energética, que seguirá demandando petróleo nas próximas quatro décadas”. Ele destacou ainda que o país precisa descobrir novas reservas para manter sua independência energética, atualmente estimada em apenas 13 anos.
Na Bacia de Parecis, no Centro-Oeste, o leilão foi menos expressivo, com apenas um bloco arrematado pela empresa Dillianz por R$ 55 mil, com ágio de 10%. O investimento previsto para a área é de R$ 12 milhões.
No entanto, a exploração nessas regiões levanta preocupações sobre riscos a territórios indígenas, unidades de conservação e áreas de alta sensibilidade ambiental, o que mantém o debate aceso entre setores econômicos, ambientalistas e órgãos reguladores.
