Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba, acusado de liderar um esquema de pagamento de propina, enquanto governava, disse, em entrevista ao UOL, que é perseguido.
“Estamos em meio a uma guerra violenta. Não é só comigo. Eu estou sendo massacrado. Essa construção de narrativas não visa somente me atacar. Existe um claro mapeamento sobre o partido [PSB] e sobre o nosso grupo de militantes”, afirmou.
E disse mais:
“É uma acusação absurda. Nunca vi um empresário dizer que, para receber fatura, teve que pagar alguma coisa. Aí arrumaram uma delação para me acusar. Mas delação não é prova”, prosseguiu Coutinho. “Meu patrimônio é totalmente compatível com a renda que obtive ao longo desses 28 anos de exercícios de mandatos públicos. A casa que eu tenho foi declarada no valor integral. E não se apresenta uma prova de onde está esse dinheiro. Rapaz, meu carro é de 2007! Estou sendo vítima de uma perseguição política.”
O ex-governador da Paraíba também disse que “o Brasil perdeu uma determinada estrada da civilidade democrática desde 2013”:
“Entrou numa aventura, que não se sabia onde ia parar. Essa aventura desorganizou a nossa economia, criminalizou a política e nos dá um país destruído, com as pessoas sentindo apenas ódio. Com as pessoas sendo manipuladas nas redes sociais. Esse período é pior do que a ditadura. Lá, você sabia o que estava acontecendo. Agora, tem capa de democracia que cada vez nega mais direitos, principalmente para a parte da população que mais precisa. Entra numa lógica de que todo mundo é ladrão e tem que destruir todo mundo.”
E ainda atacou a Lava Jato:
“Lula foi acusado e condenado por uma propriedade que ele efetivamente não tinha. Se não tem propriedade, como pode ser culpado? E tem essa condenação prévia da opinião pública. O que está acontecendo aqui é um retrato do Brasil. Isso de um juiz virar ministro e querer controlar tudo. A operação Lava Jato quer ser maior do que o MP e do que o Judiciário.”