Em entrevista ao Metrópoles divulgada nesta quinta-feira (08), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse que a Câmara dos Deputados “tem que tocar” os pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro.
“Observada a organicidade, tem de tocar as denúncias apresentadas. A não ser que elas sejam manifestamente improcedentes, aí se arquiva. (…) Que o plenário decida, que os representantes do povo brasileiro — os deputados federais — decidam, recebendo ou não a denúncia contra o presidente da República. E que haja, posteriormente, o julgamento no Senado, pelos representantes dos estados brasileiros”, afirmou o ministro do STF.
“Não avançamos culturalmente quando apoiamos do poder um presidente da República. A repercussão internacional é péssima. Agora, evidentemente, há de se submeter o pedido ao colegiado: é a organicidade do nosso direito. Mas o presidente foi eleito com 57 milhões de votos, foi uma opção”, finalizou.
Marco Aurélio disse ainda que “se poderia buscar a responsabilidade” do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por não dar andamento ao rito processual dos pedidos de impeachment.
“E aí se apurar e haver o julgamento. Mas, pelo visto, os próprios deputados percebem que não se tem o indispensável apoio para chegar-se ao impedimento do presidente da República”.