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Lula citou como exemplo a destruição de mais de 660 dragas e balsas neste ano e 757 equipamentos em 2023, além de 17 operações da Polícia Federal contra o financiamento ilegal de garimpo na terra indígena, que resultaram em prisões, mandados de busca e bloqueio de recursos. Ele também mencionou a abertura de 52 inquéritos para investigar incêndios criminosos.
“Nós estamos fazendo aquilo que é necessário fazer. Lamentavelmente eu fico muito triste quando eu ouço dizer que continua a morrer criança. Não pode ser, porque a gente continua mandando comida, mandando cesta básica. Já tenho conversado com a ministra Nísia (Trindade, da Saúde), que tem dedicado, tem mandado mais médicos lá. E nós estamos enfrentando o crime organizado, inclusive criando um departamento da Polícia Federal no Amazonas para tratar especificamente do combate ao crime organizado e ao garimpo. As coisas estão sendo feitas”, afirmou Lula.
O petista também comentou sobre a atuação da Casa de Governo, uma estrutura estabelecida em Boa Vista, capital de Roraima, destinada a centralizar esforços para garantir melhores condições de saúde, alimentação e proteção à população Yanomami e Ye’kwana, que reside na maior terra indígena do Brasil, com 9,7 milhões de hectares no extremo Norte do país. Essa estrutura faz parte das iniciativas governamentais voltadas para os 27,8 mil indígenas que vivem em 306 aldeias dentro desse território.
“Nós temos um escritório em Roraima com várias representações de ministros, coordenado pela Casa Civil, que se reúnem semanalmente. E as orientações são passadas para que a gente possa continuar cuidando da situação de Roraima. É um território muito grande, que é um território do tamanho de Portugal, tem fronteira com a Venezuela. Tem hora que a gente não sabe se o garimpo é nosso ou se é da Venezuela. Nós estamos trabalhando muito para tentar debelar não só o sofrimento dos Yanomami, para que a gente leve saúde, comida, e para que a gente possa de uma vez por todas expulsar o garimpo de Roraima”, explicou Lula.
Durante a entrevista, o presidente reiterou o compromisso do Governo Federal no combate à seca e aos impactos das mudanças climáticas. Lula esteve no Amazonas na última terça-feira (10), visitou comunidades afetadas pela severa estiagem e anunciou novos investimentos em uma reunião com prefeitos da região.
O presidente destacou que o Governo Federal em breve publicará uma Medida Provisória para criar o estatuto jurídico da Emergência Climática. A medida visa acelerar políticas de enfrentamento dos extremos climáticos por meio da criação de uma Autoridade Climática e de um comitê técnico-científico.
“O objetivo é estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir de um Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos. Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desse fenômeno. Por isso, vamos estabelecer uma Autoridade Climática e um Comitê Técnico-Científico que dê suporte e articule a implementação das ações do Governo Federal junto com o governo estadual e junto com as prefeituras”, disse Lula.