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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta quarta-feira (23) com os líderes da Câmara dos Deputados em um jantar na residência oficial do presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O encontro ocorre em um momento delicado da política nacional, com três principais pontos de discussão no cardápio: o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, a instalação da comissão que discutirá a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a rejeição do convite de Lula ao deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA) para assumir o Ministério das Comunicações.
O projeto de anistia, que já conta com 262 assinaturas na Câmara, reacendeu a polarização política. A oposição pressiona pela urgência na votação da proposta, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a anistia não é prioridade neste momento. “Temos que focar naquilo que realmente interessa. Que são as ações que vão levar a quem mais precisa mudanças de qualidade de vida”, disse Motta em evento da CNN, lembrando ainda que o Brasil “não pode, em um cenário de crise internacional, viver mais uma crise institucional”.
Nos bastidores, o governo federal trabalha discretamente para desmobilizar o movimento da oposição, tentando convencer deputados do Centrão e da base aliada a retirar suas assinaturas do pedido de urgência, enfraquecendo assim a pressão sobre Motta.
Além disso, o governo também discute uma pauta mais consensual: a reforma do Imposto de Renda. A proposta, que deve beneficiar cidadãos que ganham até R$ 5 mil, será relatada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e é considerada a prioridade do presidente da Câmara. Motta acredita que a reforma tem o potencial de reunir diferentes setores do Congresso e gerar apoio popular.
O jantar também servirá para tratar do desgaste interno do governo, especialmente após a recusa de Pedro Lucas ao convite de Lula para assumir o Ministério das Comunicações, o que expôs a dificuldade do Planalto em manter a harmonia interna no União Brasil e acendeu um alerta vermelho no Palácio.
Na quinta-feira (25), Lula embarca para a Itália com Motta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para acompanhar o funeral simbólico do papa Francisco. Durante a viagem, também devem ocorrer conversas reservadas entre os Três Poderes, longe dos holofotes.
