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Uma nova análise abrangente envolvendo mais de 130 milhões de pessoas revelou que cinco tipos de medicamentos comumente utilizados podem aumentar o risco de demência. Antipsicóticos, alguns medicamentos para pressão alta, medicamentos para diabetes, vitaminas e suplementos, e antidepressivos foram associados a um aumento na chance de desenvolver a doença. Certos tipos de antidepressivos e antipsicóticos, incluindo inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs), foram associados a um risco aumentado de até 125% no diagnóstico de demência.
Contudo, alguns pesquisadores descobriram que certas drogas parecem ter o efeito oposto. Algumas vacinas, medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos foram associados a um risco reduzido de cerca de 44%. A equipe de estudo das universidades de Cambridge e Exeter considerou esses resultados promissores e sugeriu que medicamentos existentes poderiam ajudar a combater a demência, que é a maior causa de morte na Grã-Bretanha.
A demência afeta cerca de um milhão de pessoas no Reino Unido, roubando-lhes a memória e independência. Enquanto novos medicamentos inovadores estão em desenvolvimento, os pesquisadores também estão investigando se medicamentos existentes poderiam ser úteis.
Na análise publicada na revista Alzheimer’s and Dementia: Translational Research & Clinical Interventions, foram examinados dados de 14 estudos, acompanhando diagnósticos de demência em mais de 130 milhões de pessoas e os medicamentos que tomavam. Os pesquisadores identificaram alguns candidatos para estudos adicionais como potenciais tratamentos para demência. Certas vacinas e medicamentos anti-inflamatórios foram associados a um risco reduzido de demência.
A Dra. Ilianna Lourida da Universidade de Exeter explicou que apenas porque um medicamento está associado a um risco alterado de demência, não significa que ele causa ou ajuda com a demência. Condições como depressão são mais comuns em pacientes com demência, o que pode explicar um aumento nas prescrições de antidepressivos entre este grupo.
O Dr. Ben Underwood, da Universidade de Cambridge, destacou que encontrar medicamentos existentes que pudessem retardar ou prevenir a demência foi promissor e poderia acelerar o processo de levá-los a testes. Isso poderia reduzir significativamente os custos em comparação com o desenvolvimento de medicamentos completamente novos.
O Dr. Richard Oakley, da Sociedade de Alzheimer, enfatizou que reaproveitar medicamentos seguros e já aprovados para outras condições poderia economizar milhões e facilitar a pesquisa em novos tratamentos. No entanto, ele observou que é necessário mais trabalho para entender as complexas interações dos medicamentos e das condições de saúde que afetam o risco de demência.
Embora interessante, a Dra. Julia Dudley, da Alzheimer’s Research UK, afirmou que ainda é precoce concluir definitivamente se esses medicamentos poderiam reduzir o risco de demência. Serão necessários ensaios clínicos confirmatórios.
A análise recente sugeriu que o custo anual da demência para o Reino Unido é de £42 bilhões, com expectativa de aumento nos próximos anos devido ao envelhecimento da população.
