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O consumo de alimentos sem glúten aumentou significativamente na última década, impulsionado pela crença de que sua eliminação melhora a saúde. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode trazer riscos para quem não possui restrições médicas.
O glúten é uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio, proporcionando estrutura e textura aos alimentos. Segundo a nutricionista Melinda Dennis, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, nos Estados Unidos, o trigo integral é uma excelente fonte de proteínas, fibras, ferro e vitaminas, podendo desempenhar um papel fundamental em uma alimentação saudável para o coração.
A remoção do glúten da dieta é essencial para pessoas com doença celíaca, uma condição autoimune que danifica o intestino delgado, ou para aqueles que sofrem de sensibilidade ao glúten não celíaca, que causa desconfortos digestivos sem provocar lesões intestinais. Também há casos de alergia ao trigo.
Apesar disso, muitos consumidores adotam a dieta sem glúten sem uma justificativa médica. O marketing tem contribuído para essa tendência, destacando produtos como “livres de glúten”, mesmo quando originalmente não continham essa proteína. No entanto, um estudo de 2019 não encontrou evidências de que a eliminação do glúten traga benefícios para pessoas sem doença celíaca.
Além disso, a exclusão desnecessária do glúten pode levar a deficiências nutricionais. Um estudo de 2023 revelou que pães sem glúten contêm menos proteínas e mais gorduras do que os tradicionais. Outros levantamentos indicam que esses produtos tendem a ser mais calóricos, ricos em açúcar e pobres em fibras e outros nutrientes essenciais.
A falta de cereais integrais na dieta pode resultar em deficiências de ferro e folato. Segundo o gastroenterologista Ciaran Kelly, do mesmo centro médico, muitas pessoas que adotam uma dieta sem glúten acabam ganhando peso devido ao consumo excessivo de produtos processados e altamente calóricos.
Para aqueles que precisam evitar o glúten, especialistas recomendam combinar essa restrição com uma dieta equilibrada, rica em fibras, antioxidantes e proteínas saudáveis, como a dieta mediterrânea. “Não há melhor modelo de alimentação anti-inflamatória do que a dieta mediterrânea, pobre em gorduras saturadas e rica em nutrientes essenciais”, destaca Dennis.
Dessa forma, eliminar o glúten sem uma razão médica comprovada pode não trazer os benefícios esperados. Antes de tomar essa decisão, a recomendação dos especialistas é sempre consultar um médico ou nutricionista. Para a maioria das pessoas, uma dieta equilibrada que inclua cereais integrais continua sendo uma das melhores opções para a saúde.
