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Após 18 anos sem conseguir falar, Ann, uma mulher de 47 anos com quadriplegia, recuperou sua voz graças a um dispositivo revolucionário baseado em inteligência artificial (IA). A tecnologia, composta por uma neuroprótese com 253 eletrodos implantados diretamente em seu cérebro, registra a atividade cerebral e converte os sinais em palavras, reproduzidas por uma voz sintética idêntica à que Ann possuía antes de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) aos 30 anos.
Desenvolvido por pesquisadores das Universidades da Califórnia em Berkeley e São Francisco, o método foi publicado na revista Nature Neuroscience, marcando um progresso significativo na área das interfaces cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês). O sistema permite transformar os pensamentos em fala audível quase em tempo real, com um intervalo de apenas três segundos entre o pensamento e sua vocalização. Esse avanço supera tecnologias anteriores, que exigiam que o usuário completasse uma frase inteira antes que o som fosse gerado.
Os pesquisadores aprimoraram a tecnologia com algoritmos de IA capazes de decodificar as frases enquanto Ann as pensa, transmitindo-as por meio de uma voz sintética personalizada. Para recuperar a voz original da paciente, os cientistas treinaram os algoritmos com gravações de um vídeo de seu casamento, reproduzindo o tom e o timbre que ela tinha antes do AVC.
Ann sofreu um derrame cerebral no tronco encefálico em 2005, que a deixou incapaz de falar. Dezoito anos depois, ela passou por uma cirurgia em que um dispositivo fino como papel foi implantado na superfície de seu córtex cerebral. O implante registra simultaneamente a atividade de milhares de neurônios, permitindo que seus pensamentos sejam transformados em palavras.
Os resultados obtidos representam uma evolução notável em comparação aos dispositivos de comunicação assistida que Ann utilizava anteriormente, os quais levavam mais de 20 segundos para emitir uma única frase. Agora, ela pode se comunicar de forma mais ágil e efetiva.
Os avanços apresentados pela equipe de pesquisa não apenas devolvem a voz a Ann, mas também oferecem esperança para inúmeras pessoas que enfrentam desafios de comunicação devido a condições neurológicas. A integração entre neurociência e IA demonstra o potencial de transformar vidas, indicando um futuro promissor para as interfaces cérebro-computador.
