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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (21) que espera fechar um “bom” acordo comercial com o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma cúpula regional que acontecerá na próxima semana. No entanto, ele alertou que o encontro entre os dois pode ser cancelado.
Trump tem mudado repetidamente de posição sobre a reunião com Xi durante a Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), marcada para ocorrer na Coreia do Sul, desde que anunciou pela primeira vez o encontro.
“Vamos ter um acordo justo, e acredito que teremos uma reunião muito bem-sucedida. Certamente há muitas pessoas aguardando isso”, disse Trump durante um almoço com senadores republicanos na Casa Branca.
Logo depois, porém, o presidente norte-americano acrescentou:
“Talvez não aconteça. Pode ser que alguém diga: ‘não quero me encontrar, é desagradável demais’.”
Trump anunciou em 19 de setembro que se reuniria com Xi Jinping na Coreia do Sul — o que marcaria o primeiro encontro entre os dois líderes desde o retorno do magnata à Casa Branca — e afirmou ainda ter planos de viajar à China no início do próximo ano.
Entretanto, em 10 de outubro, Trump ameaçou cancelar a reunião com Xi e aumentar as tarifas sobre importações chinesas, após o governo de Pequim impor restrições à exportação de minerais de terras raras.
Nos últimos dias, o presidente norte-americano adotou um tom mais conciliador. Na segunda-feira, declarou novamente que a reunião deve acontecer e que sua viagem à China “no início do próximo ano” está praticamente confirmada.
Xi não é o único líder com quem Trump tem demonstrado mudanças de postura recentes. Na quinta-feira passada, ele disse que planeja se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em Budapeste, dentro de duas semanas, para discutir a guerra na Ucrânia. A Casa Branca, no entanto, informou na terça-feira que não há planos para esse encontro “no futuro imediato”.
Durante conversas com jornalistas, Trump destacou as terras raras, o fentanil e a soja como os principais pontos de divergência com a China. Ele afirmou que os Estados Unidos querem que Pequim interrompa o envio de fentanil, retome as compras de soja e pare de usar os minerais estratégicos como instrumento de pressão comercial.
“Não quero que eles joguem o jogo das terras raras conosco”, declarou Trump a bordo do Air Force One, no domingo, enquanto retornava a Washington, após uma visita à Flórida.
Dias antes, ele havia ameaçado impor uma tarifa de 100% sobre as exportações chinesas, depois que Pequim anunciou novos controles sobre a produção e o comércio desses minerais.
Trump também reiterou que os Estados Unidos querem que a China “pare o fentanil”, em referência à acusação de que Pequim não tem controlado a exportação do opioide e de seus precursores químicos, o que, segundo ele, contribui para a crise de dependência nos EUA. Outra exigência foi que o país asiático retome a compra de soja norte-americana.
“São coisas muito normais”, afirmou Trump, classificando os três temas como questões básicas de comércio.
Em entrevista à Fox News, o republicano disse que sua ameaça de elevar as tarifas sobre os produtos chineses “não é sustentável”, embora “possa ser mantida”. Ele acrescentou que mantém uma boa relação com Xi Jinping e espera se encontrar com o líder chinês durante a cúpula da APEC no fim do mês.
“Acho que ficaremos bem com a China, mas precisamos de um acordo justo”, concluiu.