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Testículos humanos podem servir como “santuário viral” do Sars-Cov-2, coronavírus que transmite a Covid-19. É o que aponta uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo o professor Guilherme Mattos Jardim Costa, do departamento de morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da universidade, os órgãos acabam preservando o vírus ativo já que não são atacados por células de defesa, como acontece com a zika e a caxumba.
O estudo começou na segunda onda da Covid-19 em BH, entre janeiro e março de 2021. Onze pacientes, de diferentes idades, não vacinados e que morreram da forma severa da doença, participaram da pesquisa. O vírus foi encontrado nos testículos de todos eles.
Mesmo com pequeno número de amostras, o professor Guilherme afirma que é um material muito rico e poucos pesquisadores têm acesso.
As conclusões iniciais da pesquisa foram publicadas em fevereiro na plataforma medRxivum, servidor de distribuição e arquivo on-line gratuito para relatórios preliminares de trabalhos que ainda não foram certificados por revisão por pares e, portanto, ainda não devem orientar a prática clínica.
Atualmente, o artigo passa por revisão na Revista Human Reproduction.
A pesquisa ainda mostra que o vírus provoca alterações nos testículos, como a fibrose, morte de células que dão origem aos espermatozóides e redução de até 30 vezes no nível de testosterona.
Agora, o estudo pretende analisar os efeitos da Covid-19 moderada e leve nos órgãos sexuais masculinos.