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Com uma margem apertada, Pedro Sánchez (PSOE) foi reeleito como primeiro-ministro da Espanha. Ele comandará uma inédita coalizão em que o seu partido será apoiado pela legenda emergente de esquerda Podemos. O acordo foi costurado com dificuldades após as últimas eleições, diante de resistência do Podemos.
Outro ponto que garantiu a vitória foi a abstenção de 13 deputados da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). O grupo aceitou a medida diante da promessa de uma mesa de diálogo para discutir a situação do estado, que se digladiou nos últimos anos em torno de um movimento de separação reprimido pelo governo espanhol.
A margem foi apertada, com vitória da nova força política por 167 a 165, além de 18 abstenções. Na primeira votação, no domingo, o placar havia ficado em 166 a 165, o que inviabilizou a maioria absoluta da coalizão progressista. Uma deputada que se encontra doente compareceu à sessão na segunda votação e garantiu a vantagem necessária.
O desfecho pôs fim a um período de instabilidade na Espanha. O PSOE saiu vencedor das eleições em abril, mas não conseguiu formar um bloco que assegurasse sua maioria no Parlamento, governando de forma interina. Diante disso, convocou novas eleições para novembro, que terminaram com uma votação que permitiu ao PSOE e ao Podemos formar a nova coalizão.
O processo é resultado de um cenário de fragmentação. Desde 2011, nenhum país consegue a maioria absoluta sozinho. Agora, a Espanha tem 19 partidos. Além do Podemos, as eleições do ano passado marcaram também a ascensão da legenda de extrema-direita Vox, que obteve mais de 50 cadeiras no Parlamento espanhol.
Por meio de seu Twitter, Sánchez destacou a nova gestão. “Com o governo da Coalizão Progressistas, a Espanha abre um tempo para reivindicar o diálogo e a política útil. Um governo para todas e todos que amplie direitos, restaure a convivência e defenda a justiça social”.
Na sessão do Parlamento de eleição, o vice-presidente e líder do Podemos, Pablo Iglesias, reforçou o projeto do bloco. “Este governo vai defender as condições que fazem possível a liberdade de todos frente a essa direita autoritária e retrógrada. Porque não há liberdade se não se chega ao fim do mês”.
Também na sessão do Congresso, o líder do PP, Pablo Casado, disse que o partido fará uma “oposição firme e responsável” e que defenderá uma Espanha “que não aspire a sua fragmentação” e que “seja admirada em todo o mundo”. Ele exaltou a Constituição do país, em referência crítica à ação separatista dos catalães e à mesa de diálogo sinalizada pelo novo primeiro-ministro. / Agência Brasil