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Os rebeldes houthis no Iêmen declararam nesta terça-feira (19) que continuarão seus ataques contra Israel e navios aliados, em resposta à nova coalizão militar anunciada pelos Estados Unidos para proteger o tráfego marítimo no Mar Vermelho.
“A coalizão formada pelos Estados Unidos visa proteger Israel e militarizar o mar sem qualquer justificativa, e não impedirá que o Iêmen continue com suas operações legítimas em apoio a Gaza”, disse o porta-voz houthi, Mohamed Abdulsalam, em sua conta oficial no Twitter.
“Mesmo que os Estados Unidos consigam mobilizar o mundo inteiro, nossas operações militares não irão parar (…), não importa os sacrifícios que isso exija de nós”, disse um comandante rebelde sênior, Mohammed al Bujaiti, na rede social.
Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira o lançamento da Operação Guardião da Prosperidade, uma força naval de dez países para garantir a segurança do tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho.
A autoridade americana anunciou o lançamento da operação após os recentes ataques das milícias houthis iemenitas.
“Há um desafio internacional que exige ação coletiva. Portanto, hoje anuncio a criação da Operação Guardião da Prosperidade, uma nova iniciativa de segurança multinacional sob a égide das Forças Marítimas Combinadas e a liderança da Força-Tarefa 153 que se concentra na segurança no Mar Vermelho”, disse Austin do Bahrein, onde ele está visitando.
Participarão da operação o Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha.
“A recente escalada de ataques imprudentes dos Houthi no Iêmen ameaça o livre fluxo de comércio, põe em risco a vida de marinheiros inocentes e viola o direito internacional”, observou Austin.
Austin lembrou que o Mar Vermelho “é uma rota marítima extremamente importante que tem sido essencial para a liberdade de navegação, um principal corredor comercial que facilita o comércio internacional”.
“Os países que querem manter o princípio fundador da liberdade de navegação devem unir-se para enfrentar o desafio deste ator não estatal que lança mísseis balísticos e veículos aéreos não tripulados contra navios mercantes de muitos países que transitam legitimamente em águas internacionais”, argumentou.
Na semana passada, o presidente de Israel, Isaac Herzog, apelou a “uma coligação verdadeiramente internacional” para combater os rebeldes houthis no Iêmen, para que as ações lideradas pelos Estados Unidos sejam “impulsionadas e fortalecidas”.
Após a eclosão da guerra entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas em Gaza, os Houthis, apoiados pelo Irã, lançaram diversas barragens de mísseis e drones contra o sul de Israel nestes últimos dois meses e também contra navios que arvoram a bandeira do Estado Judeu ou de propriedade de empresas israelenses no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al Mandeb.
Desde a última sexta-feira, os principais grupos de transporte marítimo anunciaram que estão suspendendo suas operações no Mar Vermelho, incluindo Maersk e Hapag-Lloyd, e hoje a petrolífera BP juntou-se a eles, cancelando temporariamente a passagem dos seus navios pela zona.
(Com informações da EFE e AFP)
