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###Materiais de Construção para Planetas Ricos em Água no Início do Sistema Solar
Cientistas revelaram que pequenos corpos celestes emergentes trouxeram água para a Terra após sua formação inicial. Novas descobertas sobre a origem desses planetesimais ricos em água, baseadas em dados de idade de certas classes de meteoritos, indicam que eles foram fundamentais para a construção dos planetas no Sistema Solar, incluindo a Terra, que originalmente continha pouca água.
Pesquisadores da Universidade de Heidelberg, em conjunto com colegas de Berlim, Bayreuth e Zurique, utilizaram modelos computacionais para analisar dados de idade de meteoritos. Esses dados permitiram entender a evolução térmica dos corpos-mãe e a origem dos planetesimais. A formação dos planetas, incluindo a Terra, ocorreu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos na zona habitável do Sistema Solar, onde a água poderia existir em estado líquido.
Os planetesimais, formados pela acumulação de partículas de poeira em zonas de alta pressão, colapsaram sob sua própria gravidade. Segundo o Prof. Dr. Mario Trieloff, do Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Heidelberg, esses pequenos corpos foram não apenas materiais de construção para os planetas, mas também a fonte da água da Terra. A questão de como e quando os planetesimais se formaram ainda não era completamente compreendida, mas os dados de idade dos meteoritos ofereceram novas pistas.
Os estudos indicam que alguns planetesimais se formaram rapidamente, em menos de dois milhões de anos, e aqueceram a tal ponto que perderam todos os elementos voláteis, incluindo a água. Outros planetesimais, formados posteriormente a temperaturas mais baixas no Sistema Solar externo, conseguiram preservar a água em seus cristais. Esses pequenos corpos continuaram a se formar em estágios posteriores, graças a efeitos retardadores como colisões entre aglomerados de poeira.
“A Terra acumulou esses pequenos planetas ricos em água ou seus fragmentos na forma de asteroides ou meteoritos durante seu processo de crescimento. Esta é a única razão pela qual não se tornou um planeta seco, hostil à vida”, explica Wladimir Neumann, primeiro autor do estudo, que foi conduzido em colaboração entre a Universidade de Heidelberg, o Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão e o Instituto de Geodésia da TU Berlin.
Os resultados sugerem que a formação de planetesimais em sistemas planetários extrassolares segue as mesmas leis físicas do nosso Sistema Solar. Portanto, planetas semelhantes à Terra em outras regiões do espaço podem ter recebido água de pequenos corpos celestes ao longo de sua evolução, criando condições favoráveis para a origem da vida.
A pesquisa foi publicada na revista Nature Scientific Reports e contou com a participação de cientistas da TU Berlin, do Centro Aeroespacial Alemão, da ETH Zurique e da Universidade de Bayreuth. O financiamento veio da Fundação Alemã de Pesquisa, da Fundação Klaus Tschira e do Instituto Internacional de Ciências Espaciais em Berna e Pequim.