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A incursão militar da Ucrânia na região de Kursk tem como objetivo criar uma zona desmilitarizada para evitar ataques transfronteiriços das forças de Moscou, conforme confirmado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no domingo (18). Enquanto isso, as tropas ucranianas destruíram uma segunda ponte na área fronteiriça russa.
Desde o início da operação militar surpresa, há cerca de duas semanas, as forças ucranianas avançam lentamente em direção a Kursk, embora ainda enfrentem pressão no leste ocupado, onde as forças russas avançam em direção a um importante centro militar.
A ofensiva em Kursk tem desafiado a capacidade da Rússia de proteger seu próprio território. Kiev parece ter múltiplos objetivos com o ataque, que vão desde elevar o moral após meses difíceis até esticar os recursos russos.
Um assessor presidencial ucraniano afirmou que a operação busca garantir um processo de negociação justo.
Zelensky revelou pela primeira vez no domingo as ambições estratégicas da operação, destacando que a principal tarefa nas operações defensivas é destruir o máximo possível do potencial de guerra russo e realizar o maior número de ações contraofensivas. Ele também mencionou a criação de uma zona neutra no território russo como parte desses objetivos.
Segundo Zelensky, tudo o que causa perdas ao exército e ao Estado russos, bem como ao seu complexo militar-industrial e à sua economia, contribui para impedir a expansão da guerra e aproxima a Ucrânia de um fim justo para essa agressão.
Ele também afirmou que a posição de Kiev em Kursk está se fortalecendo, com as tropas reforçando suas posições, e relatou que a Ucrânia controla quase 1.000 km² de território russo.
Ambos os lados, Rússia e Ucrânia, instaram os residentes das áreas em conflito a evacuarem.
Como parte da estratégia para paralisar as capacidades logísticas de Moscou, as forças ucranianas destruíram outra ponte sobre o rio Seym, em Kursk, utilizando ataques aéreos de precisão. O comandante da Força Aérea Ucraniana, tenente-general Mykola Oleshchuk, destacou que a aviação continua a privar o inimigo de suas capacidades logísticas, o que impacta significativamente o curso das operações de combate.
Esse ataque ocorreu dois dias após a destruição de uma primeira ponte sobre o Seym. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a Ucrânia utilizou foguetes ocidentais, possivelmente HIMARS fabricados nos EUA, para realizar esses ataques. Desde sua chegada, os HIMARS têm sido uma das armas mais eficazes na luta da Ucrânia, ajudando a recuperar áreas significativas de território russo.
No domingo, o grupo de monitoramento ucraniano DeepState relatou que Kiev continua a obter ganhos em Kursk, compartilhando uma imagem de um tanque ucraniano na aldeia de Olgovka, a cerca de 20 quilômetros ao norte da cidade de Sudzha. As forças ucranianas assumiram o controle de Sudzha na semana passada e estabeleceram ali um gabinete de comando militar, segundo autoridades militares ucranianas.
Além disso, as forças armadas ucranianas divulgaram um vídeo mostrando sistemas lança-chamas “Sivalka” envolvidos em operações de combate na direção de Kursk.
A Rússia, por sua vez, parece ter desviado milhares de soldados da linha de frente na Ucrânia ocupada para enfrentar a perda territorial em Kursk.
Autoridades locais alertaram os moradores que fugiram da área devido aos combates para não retornarem, pois a situação operacional continua complicada.
Marina Degtyareva, chefe do distrito de Korenevsky em Kursk, ressaltou que retornar à área é impossível no momento e pode resultar em tragédias. Ela pediu paciência aos residentes, pedindo que deixem os militares lidarem com o inimigo sem interferências.