Sem chuvas e com alta do consumo de energia elétrica, o nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste alcançou o menor patamar, pelo menos, desde a crise de 2001, quando ocorreu o maior racionamento da história do Brasil.
Em 2000, ano que precedeu o apagão, as represas estavam com 20,8% do armazenamento e, em 2001, já com programa de redução compulsória de energia, em 21,76%. Neste ano, até dia 15 de setembro, último dado do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível era de 18,23%.
Esse porcentual deve continuar em queda até novembro, quando pode romper a barreira de 10% – o que representa um desafio e um risco maior para a operação do sistema.
No mercado, a combinação entre o consumo e a baixa dos reservatórios já levanta dúvidas se o governo conseguirá equilibrar oferta e demanda de energia para evitar um racionamento, mesmo que pequeno, da ordem de 5%.
Algumas hidrelétricas estão com o nível de água abaixo de 12%, como são os casos de Água Vermelha, Marimbondo, Nova Ponte, Emborcação e Itumbiara.
Juntas elas representam um terço do volume de armazenamento do sistema Sudeste/Centro-Oeste, hoje responsável por 70% do volume de todo País. Mas, apesar da dificuldade de operação e do perigo de danificar as turbinas, algumas usinas conseguem gerar com nível abaixo de 3% – o que não é o ideal.
Em 2017, Sobradinho chegou a 2,7%. Nesta semana, duas usinas (Ilha Solteira e Três Irmãos) apareceram no site do ONS com nível de armazenamento de zero, o que causou enorme burburinho no mercado. Mas as hidrelétricas continuaram funcionando.
O operador explicou que o porcentual de armazenamento estava associado a uma cota limite estipulado pela Agência Nacional de Águas (ANA) para que a hidrovia Tietê-Paraná não parasse. Ou seja, ainda há uma folga para as usinas operarem.