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O professor, gramático e filólogo Evanildo Bechara morreu nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, aos 97 anos. Ocupante da Cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2001, ele estava internado no Hospital Placi, em Botafogo, Zona Sul da cidade. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo informou a ABL.
O velório será realizado nesta sexta-feira (23), na sede da Academia, em horário ainda não definido.
Nascido em 1928 no Recife, Evanildo Cavalcante Bechara construiu uma trajetória notável como educador e estudioso da língua portuguesa. Mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde se formou em Letras pela atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Aos 17 anos, já escrevia ensaios sobre linguística, e mais tarde aprofundou-se em Filologia Românica na Espanha, sob a orientação de nomes como Manuel Said Ali e Dámaso Alonso.
Bechara lecionou em instituições como Uerj, Universidade Federal Fluminense (UFF) e PUC-RJ, e também atuou como professor visitante em universidades da Alemanha e de Portugal. Foi autor de dezenas de livros e centenas de artigos, sendo a Moderna Gramática Portuguesa uma de suas obras mais influentes e adotadas no meio educacional.
Sua atuação se estendeu para além da sala de aula. Bechara participou de bancas de pós-graduação, conselhos acadêmicos e revistas científicas, além de ocupar cargos em entidades como o Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro e instituições como a Academia Brasileira de Filologia, a Société de Linguistique Romane e o PEN Club do Brasil.
Na ABL, ocupou a cadeira que pertenceu a Afrânio Coutinho, atuando como diretor tesoureiro e secretário-geral. Foi também responsável pela criação da Coleção Antônio de Morais Silva e integrou comissões dedicadas à lexicografia e à promoção da língua portuguesa.
Bechara recebeu inúmeras homenagens ao longo da vida, entre elas o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra e medalhas por sua contribuição à cultura e à educação. Também foi eleito uma das dez personalidades educacionais do Brasil em 2004 e 2005.
Defensor da reforma ortográfica e do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que entrou em vigor em 2009, Evanildo Bechara deixa um legado profundo no estudo, no ensino e na valorização da língua portuguesa.
