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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na manhã desta terça-feira (10) o interrogatório do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, no âmbito da ação penal que apura um suposto plano de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier teria sido o único oficial das Forças Armadas a aderir diretamente à proposta de ruptura institucional. As investigações indicam que ele teria colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), em apoio a um eventual golpe.
A atuação do almirante foi citada por outros militares ouvidos pelo Supremo. Em depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, afirmou que Garnier sinalizou apoio ao plano, colocando efetivos navais à disposição de Bolsonaro. Já o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, minimizou a conduta e disse não ter interpretado o gesto como alinhamento ao plano, embora tenha dado declarações anteriores à Polícia Federal que indicariam outra leitura dos fatos.
Garnier responde por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa armada, entre outras acusações.
O depoimento faz parte da fase de interrogatórios dos réus classificados pela investigação como integrantes do “núcleo 1” do suposto plano. Essa etapa foi iniciada na segunda-feira (9), com as oitivas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Outros seis nomes ainda devem ser ouvidos pelo STF nas próximas audiências:
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
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Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
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Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
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Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022.
As investigações seguem sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
