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A megaoperação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou ao menos 119 mortos e 113 presos, segundo o balanço oficial apresentado pelo governo do estado nesta quarta-feira (29). A ação teve como alvo a facção criminosa Comando Vermelho (CV), considerada a maior organização do tráfico de drogas no Rio.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, a operação foi uma “ação legítima” das forças de segurança.
“Foi o maior baque que o Comando Vermelho já tomou, desde a sua fundação. Nunca houve perda tão grande de drogas, armas e lideranças. Hoje em dia todo mundo é vítima, tudo é vítima. O ladrão é vítima da sociedade, o traficante passou a ser filho do usuário”, afirmou Curi.
Segundo o balanço divulgado em coletiva, entre os mortos estão quatro policiais. Foram apreendidas 118 armas — sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver —, além de 14 artefatos explosivos e toneladas de drogas ainda em contagem.
O secretário informou ainda que 113 pessoas foram presas, incluindo 33 de outros estados, e 10 menores de idade foram apreendidos.
Corpos deixados em praça e divergência nos números
Durante a madrugada e a manhã de terça-feira (28), moradores do Complexo da Penha levaram cerca de 70 corpos retirados de uma área de mata até a Praça São Lucas, onde foram deixados no chão, enfileirados.
A Defensoria Pública do Estado divulgou um número maior de vítimas, estimando 132 mortos. A diferença, segundo o órgão, se deve ao fato de o governo considerar apenas os corpos já encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML).
O governador Cláudio Castro (PL) reconheceu que os números ainda podem mudar.
“O número vai mudar”, disse o governador, destacando que considera a operação um “sucesso”.
Castro também defendeu a atuação das forças de segurança.
“Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”, afirmou.
Curi, por sua vez, classificou os mortos deixados na Praça São Lucas como “narcoterroristas” e questionou as circunstâncias em que foram encontrados.
“Os corpos estavam apenas de roupas íntimas. Eles vestiam roupas balísticas que foram retiradas pelos moradores. É importante ressaltar aqui mais uma vez que as únicas vítimas dessa operação foram os quatro policiais”, declarou.
Operação de grande escala
A megaoperação envolveu policiais civis e militares, além do apoio das forças especiais, e teve como principal objetivo desarticular o comando do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, que juntos reúnem 26 comunidades.
Entre os mortos está o delegado Marcus Vinicius, chefe da 53ª Delegacia de Mesquita, que foi atingido durante o confronto.
As autoridades afirmam que a ação representou a maior ofensiva contra o Comando Vermelho em décadas. O governo estadual alega que as forças de segurança apreenderam um volume recorde de armamento e drogas, e que a facção sofreu um golpe inédito em sua estrutura de poder.
“Foi uma operação de grande sucesso. Nunca se tirou tanta arma e tanta droga de circulação em um único dia”, declarou o governador Cláudio Castro.