A Astra, com sede na Califórnia, lançou neste domingo (12) dois satélites da NASA do tamanho de uma caixa de sapatos de Cabo Canaveral em uma missão modesta para melhorar as previsões de furacões, mas o segundo estágio do propulsor de baixo custo da empresa falhou antes de atingir a órbita e as cargas foram perdidas.
“O estágio superior fechou cedo e não entregamos as cargas úteis em órbita”, twittou Astra. “Compartilhamos nossos arrependimentos com a @NASA e a equipe de carga útil. Mais informações serão fornecidas após concluirmos uma análise completa dos dados.”
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— Astra (@Astra) June 12, 2022
Foi o sétimo lançamento do pequeno foguete “classe Venture” do Astra e o quinto fracasso da empresa. O lançamento de domingo foi o primeiro de três planejados para a NASA lançar seis pequenos CubeSats, dois de cada vez, em três planos orbitais.
Dada a natureza um tanto arriscada de confiar em minúsculos CubeAats do tamanho de uma caixa de sapatos e um foguete com um histórico muito curto, o projeto de US$ 40 milhões requer apenas quatro satélites e dois lançamentos bem-sucedidos para cumprir os objetivos da missão.
O contrato da NASA prevê os dois voos finais até o final de julho. Ainda não se sabe se o Astra pode cumprir esse cronograma devido ao fracasso de domingo.
“Embora o lançamento de hoje com @Astra não tenha saído como planejado, a missão ofereceu uma grande oportunidade para novas capacidades científicas e de lançamento”, twittou o chefe de ciências da NASA, Thomas Zurbuchen.
O lançamento de domingo chegou com uma hora e 43 minutos de atraso, principalmente para garantir que a carga de propulsor de oxigênio líquido do propulsor estivesse na temperatura adequada. Finalmente, na esperança de marcar o terceiro voo bem-sucedido da empresa para a órbita, os engenheiros do Astra fizeram uma contagem regressiva para a decolagem às 13h43 ET.
Com seus cinco motores de primeiro estágio gerando 32.500 libras de empuxo, o Rocket 3.3 de 43 pés de altura partiu da plataforma 46 na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, dando um show dramático para moradores e turistas da área aproveitando um dia ensolarado nas proximidades. praias.
O primeiro estágio impulsionou a carga útil para fora da atmosfera inferior, transferindo para o único motor que alimenta o estágio superior do foguete.
Tudo parecia estar indo bem quando, cerca de um minuto antes que o motor do segundo estágio fosse desligado, uma “rocketcam” a bordo mostrou um flash na pluma de exaustão do motor. A visão da câmera mostrou o que parecia ser uma queda antes que o vídeo do foguete fosse cortado.
O objetivo da missão TROPICS da NASA é monitorar o desenvolvimento de tempestades tropicais quase em tempo real, voando sobre furacões e outros sistemas importantes a cada 45 a 50 minutos e transmitindo perfis de temperatura, precipitação, vapor de água e dados de nuvens de gelo.
Essa capacidade de revisita rápida, ou seja, o tempo entre as passagens do satélite sobre um determinado sistema de tempestade, destina-se a ajudar os cientistas a entender melhor como as grandes tempestades se desenvolvem e ajudar os meteorologistas a prever melhor a trajetória e a intensidade de uma tempestade.
“Medir furacões do espaço é realmente difícil de fazer, porque eles são muito dinâmicos, estão mudando em escalas de minutos, você precisa resolver espacialmente todas as características da tempestade, os olhos, as faixas de chuva”, disse William. Blackwell, investigador principal da missão TROPICS no MIT.
“Hoje, temos talvez quatro ou seis horas antes que o próximo satélite sobrevoe. Com esta constelação de seis satélites Cubesat … podemos sobrevoar a cada hora. Vamos ver como a tempestade está mudando, ser capaz de prever melhor como isso pode se intensificar. O que estamos tentando fazer é melhorar nossa capacidade de previsão.”
A NASA está pagando US$ 8 milhões por três lançamentos do Astra e cerca de US$ 32 milhões pelo desenvolvimento e teste dos cubesats e um ano de análise de dados.
A missão TROPICS representa mais risco técnico do que a NASA geralmente aceita – cubesats, embora relativamente baratos, têm pouca redundância e o Rocket 3.3 da Astra ainda não demonstrou desempenho confiável – mas autoridades dizem que o potencial retorno científico justifica um “alto risco e alto impacto”. ” projeto.
“Eu amo TROPICS, só porque é uma missão meio louca”, disse Zurbuchen na semana passada. “Pense em seis cubesats… olhando para tempestades tropicais com um tempo de repetição de 50 minutos em vez de 12 horas.”
Após o fracasso de domingo, ele twittou: “Mesmo que estejamos desapontados agora, sabemos: há valor em assumir riscos em nosso portfólio geral de ciências da NASA porque a inovação é necessária para liderarmos”.
Embora o contrato da NASA cubra seis cubesats e seus lançadores, apenas quatro precisam trabalhar para atender aos requisitos do contrato. Nesse caso, disse Blackwell, os tempos de revisita seriam da ordem de uma hora. Com todos os seis em operação, o intervalo entre as observações seria de 45 a 50 minutos.
Colocar o TROPICS no que a NASA chama de foguete da classe Venture com um histórico curto fazia sentido do ponto de vista da NASA.
“Você está sempre nervoso com qualquer lançamento, independentemente do veículo”, disse Blackwell. Mas neste caso, “temos resiliência incorporada (in) para tolerar esses tipos de novos recursos. Portanto, é uma boa combinação entre nossa missão robusta com seis satélites, e precisando apenas de quatro, e essa nova capacidade de custos mais baixos, cadência rápida lançamento.”
