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Após mais de uma década sendo considerado o “animal mais feio do mundo”, o blobfish, ou peixe-barril (Psychrolutes marcidus), fez um retorno triunfante ao conquistar o título de “Peixe do Ano” na Nova Zelândia. O peculiar animal venceu a competição organizada pelo Mountains to Sea Conservation Trust, recebendo 1.286 votos após o fechamento das urnas no domingo.
Embora sua aparência incomum – uma massa roxa e gelatinosa com uma expressão facial de um idoso mal-humorado – seja motivo de piadas e memes, a anatomia única do blobfish é o que permite sua sobrevivência nas profundezas oceânicas próximas à Nova Zelândia e Austrália. Sem um esqueleto completo ou escamas, e sem músculos ou bexiga natatória (que outros peixes utilizam para se manterem flutuando), o blobfish tem uma densidade baixa que permite flutuar sem dificuldades a poucos metros do fundo do mar.

A aparência icônica do peixe-gota é causada pela falta de esqueleto, músculos e escamas.
A imagem popularizada do peixe-barril nas redes sociais não reflete sua aparência real nas profundezas do oceano, pois a descompressão ao ser retirado da água desfigura sua forma, criando a figura gelatinosa que a internet conhece. O blobfish ganhou notoriedade após ser nomeado “o animal mais feio do mundo” em 2013 e, desde então, tem sido um ícone da cultura de memes, mas sua imagem submersa é bem diferente da mostrada nas redes.

Acima da água, a descompressão repentina desfigura o peixe-gota. Fundo de Conservação das Montanhas ao Mar
Apesar de sua habilidade para sobreviver em águas profundas, o peixe-barril enfrenta uma ameaça crescente devido à pesca em grande escala, como o arrasto de fundo, que prejudica seu habitat natural. Konrad Kurta, porta-voz do Mountains to Sea Conservation Trust, destacou que a população e o habitat do blobfish estão vulneráveis devido à prática da pesca nas profundezas do oceano.
O blobfish venceu a disputa por menos de 300 votos, com o segundo lugar ficando para o peixe laranja (orange roughy), também considerado uma espécie vulnerável. Kim Jones, co-diretora do Mountains to Sea Conservation Trust, ressaltou que a proximidade entre o blobfish e o orange roughy na votação foi simbólica, já que ambos vivem em ambientes marinhos profundos próximos à Nova Zelândia e o blobfish frequentemente é capturado incidentalmente durante a pesca do orange roughy.

O peixe-gota se tornou vulnerável devido à pesca de arrasto pelo fundo.
Embora o status de conservação do blobfish seja desconhecido, as populações de orange roughy estão em declínio. A gestão cuidadosa dessa espécie e de seu habitat pode beneficiar também o blobfish.
A Nova Zelândia domina o mercado de captura do orange roughy, sendo responsável por cerca de 80% das pescas dessa espécie. Entre os concorrentes, todos eram espécies ameaçadas ou vulneráveis, exceto o bacalhau azul, que ficou em último lugar com apenas 260 votos.
