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O CEO da Amazon, Andy Jassy, comunicou nesta terça-feira (17) a seus funcionários que a empresa irá reduzir significativamente sua força de trabalho corporativa nos próximos anos, como resultado da massiva implementação de inteligência artificial (IA). O anúncio, feito por meio de um memorando interno, é uma das declarações mais diretas de um líder de tecnologia sobre o impacto da IA no mercado de trabalho.
Reestruturação da equipe e prioridades da empresa
Jassy explicou que a gigante do e-commerce precisará de menos pessoal para certas funções atuais, enquanto aumentará a contratação em novas áreas ligadas às tecnologias emergentes. A transformação afetará principalmente os 350 mil funcionários corporativos da Amazon, segundo a NBC News.
Desde 2022, a empresa já havia cortado mais de 27 mil postos de trabalho, incluindo 200 demissões em janeiro e mais 100 em maio de 2025. Atualmente, a Amazon emprega 1,56 milhão de pessoas globalmente, sendo a segunda maior empregadora privada dos Estados Unidos, atrás apenas do Walmart.
Automação em larga escala e o futuro do trabalho
A Amazon está integrando a IA generativa em todas as suas operações, desde a gestão de estoques até o atendimento ao cliente. A tecnologia já otimiza a colocação de produtos em armazéns, melhora as previsões de demanda e aumenta a eficiência dos sistemas robóticos, conforme detalhado pelo The Washington Post.
O investimento da companhia em IA deve alcançar US$ 100 bilhões em 2025, superando os US$ 83 bilhões investidos no ano anterior. Jassy descreveu essa transformação como “uma reinvenção única na vida de tudo o que conhecemos”.
O anúncio da Amazon ecoa previsões alarmantes de outros líderes do setor. Dario Amodei, CEO da Anthropic, alertou que a IA pode eliminar metade dos empregos administrativos de nível inicial e elevar o desemprego para até 20% nos próximos cinco anos, segundo a CNN. Geoffrey Hinton, conhecido como o “Padrinho da IA” e Prêmio Nobel de Física 2024, declarou que a tecnologia substituirá completamente o “trabalho intelectual rotineiro”, citando os centros de chamadas como um dos setores em risco imediato de automação.
Adaptação no mercado de trabalho e o paradoxo da tecnologia
Outras empresas de tecnologia estão adotando estratégias semelhantes. A Shopify, por exemplo, agora exige que seus gerentes justifiquem por que não conseguem concluir tarefas usando IA antes de solicitar pessoal adicional. Já a Klarna reduziu seu quadro de funcionários em 40%, em parte devido à automação, informou a CNBC.
A indústria tecnológica vive um paradoxo: enquanto investe maciçamente em IA para aumentar a produtividade, ao mesmo tempo, reduz a contratação de recém-formados. Um relatório da SignalFire revelou que as contratações de graduados em empresas como Meta e Google caíram 25% entre 2023 e 2024.
Jassy instou os funcionários da Amazon a se “familiarizarem com a IA” para manter sua relevância na organização. A empresa planeja desenvolver mais de 1.000 aplicações de IA generativa, o que, segundo o CEO, representa apenas “uma pequena fração” de seus planos futuros.
