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O gabinete de Israel aprovou o rascunho de um acordo para trocar reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos, segundo informou o escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na madrugada desta sexta-feira (10).
A decisão representa um passo crucial para a implementação do cessar-fogo e da troca de reféns, negociados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e marca a primeira fase do seu plano de paz para Gaza.
Com a assinatura do acordo, várias medidas serão colocadas em prática nos próximos dias. Em primeiro lugar, após a aprovação formal pelo gabinete, espera-se que entre em vigor um cessar-fogo na Faixa de Gaza. De acordo com a imprensa israelense, isso pode ocorrer de forma imediata, embora um porta-voz do primeiro-ministro tenha afirmado que o processo começará em até 24 horas.
Em seguida, o Exército israelense deve recuar para uma linha que lhe permitirá manter o controle de aproximadamente 53% da Faixa de Gaza, segundo um porta-voz. Um mapa distribuído pela Casa Branca indica que essa será a primeira de três etapas da retirada das forças israelenses.
A terceira medida envolve o intercâmbio de reféns e corpos. Será iniciada uma contagem regressiva de 72 horas, durante a qual o Hamas deverá libertar 20 reféns que se acredita estarem vivos. Depois disso, haverá a devolução dos 28 reféns falecidos, embora o cronograma completo dessa etapa ainda não tenha sido detalhado.
Por sua vez, Israel libertará 250 prisioneiros palestinos que cumprem prisão perpétua em presídios israelenses, além de 1.700 detentos de Gaza, segundo informou uma fonte palestina à BBC. Também será feita a troca dos corpos de 15 moradores de Gaza pelos restos mortais de cada refém israelense, conforme previsto no plano elaborado por Trump.
Além disso, centenas de caminhões com ajuda humanitária começarão a entrar em Gaza. A iniciativa busca aliviar a crise em meio a uma situação de fome confirmada por especialistas apoiados pela ONU em agosto. As medidas visam garantir assistência à população civil enquanto são implementadas a retirada parcial das tropas e o cessar-fogo.
O comunicado oficial do governo israelense concentrou-se na questão da libertação dos reféns, sem detalhar os demais pontos do plano de Trump para encerrar a guerra. No entanto, a primeira fase do acordo estabelece uma estrutura para a estabilidade na Faixa de Gaza e cria as bases para futuras ações de segurança, cooperação e ajuda humanitária.
Trump: “A segunda fase incluirá um desarmamento”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira (9) que a segunda fase do acordo sobre Gaza incluirá um processo de desarmamento, em um momento em que Israel insiste que o grupo Hamas entregue suas armas.
“Não vou falar sobre isso porque vocês mais ou menos sabem o que é a fase dois. Mas… haverá um desarmamento”, disse Trump a jornalistas durante uma reunião de gabinete, destacando que o plano também prevê novas retiradas das forças israelenses.
O republicano afirmou ainda que nenhum outro presidente dos Estados Unidos teve relações internacionais como as que cultivou durante seu mandato, e que essas conexões foram fundamentais para viabilizar o acordo entre Israel e o Hamas.
“Nunca vi nada igual, mas, de fato, há paz no Oriente Médio”, declarou.
Trump também anunciou a intenção de viajar a Israel após uma visita pendente ao Egito, onde deve participar de uma cerimônia relacionada ao processo de paz. Ele ainda projetou que Gaza será reconstruída:
“Há uma riqueza enorme naquela parte do mundo, e veremos grandes países dando um passo à frente, investindo muito dinheiro e cuidando das coisas”, afirmou.
